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O termo ortostático significa relativo à posição vertical ereta, ou seja, em pé. Logo, a tontura ortostática é a tontura sentida apenas quando levantamos.
A tontura ortostática é comum, afetando de 2 a 19% dos idosos e pode estar associada à hipotensão ortostática, que afeta de 5 a 30% desse grupo. Contudo, a maioria dos estudos mostram que não há uma relação obrigatória entre tontura ortostática e hipotensão ortostática.
A tontura ortostática pode ser associada à idade, uso de medicamentos e outras doenças como: diabetes, AVC, disfunção vestibular (sistema que cuida da manutenção do equilíbrio), comprometimento da visão, distúrbios na propriocepção (percepção de si próprio), além de alterações na pressão arterial ortostática. Entretanto, aproximadamente 31% dos idosos ou 20% de residentes de casas de repouso com sintoma de tontura ao se levantar não apresentam alteração da pressão arterial.
A SHCO é uma condição descrita recentemente, para esclarecer o sintoma de tontura que não está relacionado a quedas na pressão arterial.
Pacientes com SHCO têm pressão arterial ortostática, freqüência cardíaca e padrão respiratório estáveis mas apresentam redução da velocidade do fluxo sanguíneo cerebral ortostático (FSCO). A diminuição da velocidade do FSCO pode produzir baixa irrigação sanguínea no cérebro gerando sintomas do sistema nervoso central, incluindo, portanto, tonturas.
A SHCO afeta uma ampla faixa etária e é mais comum em mulheres do que homens. Várias comorbidades (coexistência entre doenças) foram encontradas analisando-se pacientes com SHCO, sendo a hipertensão a mais frequente (21% dos casos de SHCO são acompanhados de hipertensão).
Os sintomas associados à SHCO são:
Existem vários mecanismos que podem levar à um baixo fluxo sanguíneo cerebral em pacientes com SHCO. Esse fluxo de sangue é controlado por um complexo sistema chamado autorregulação cerebral que determina a relação entre a velocidade do FSCO e a pressão arterial.
A velocidade do FSCO é mantida constante dentro de variações relativamente grandes de pressão arterial. O corpo consegue isso ajustando a sua própria resistência vascular. A autoregulação estática determina a velocidade média do FSCO para uma determinada pressão sanguínea e frequência cardíaca.
Então, baixas velocidades do FSCO em pessoas com pressão arterial ortostática e freqüência cardíaca estáveis indicam falha na autorregulação cerebral. O mecanismo associado à falha autorregulatória em pacientes com SHCO pode ser uma vasoconstrição anormal nas arteríolas cerebrais que reduzem o fluxo cerebral.
Outro mecanismo que leva à SHCO pode estar relacionado à compensação ineficaz do estresse ortostático. Levantar-se reduz o volume sanguíneo central com redistribuição desse sangue para o resto do corpo.
O Doppler Transcraniano é utilizado para identificar a queda do fluxo cerebral dos pacientes com SHCO.
Se você sente esses sintomas, procure um neurologista de sua confiança para uma avaliação clínica.
Assista a este vídeo e saiba mais:
Referências
1 – Orthostatic Cerebral Hypoperfusion Syndrome
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4754393/
2 – Hypocapnia and Cerebral Hypoperfusion in Orthostatic Intolerance
http://stroke.ahajournals.org/content/strokeaha/29/9/1876.full.pdf
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