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Estimulação Medular Melhora a Marcha na Doença de Parkinson

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Doença de Parkinson

Publicado: 3 de novembro de 2017 | Atualizado: 18 de fevereiro de 2019

De acordo com um estudo piloto descrito no 21º Congresso Internacional de Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento, a estimulação do cordão medular pode melhorar a Marcha na Doença de Parkinson, nos pacientes em estágios mais avançados.

Os Problemas de Marcha na Doença de Parkinson

Disfunções da marcha são comuns na doença de Parkinson avançada. Entre eles, está o congelamento da marcha (do inglês, FOG: freezing of gait), uma pausa imprevisível e transitória na caminhada, que ocorre no começo do caminhar ou durante a marcha e ao mudar de direção.

Estes sintomas da marcha são frequentemente resistentes à terapia de reposição de dopamina. Além disso, a terapia de estimulação cerebral profunda (DBS) reduz os sintomas motores na doença de Parkinson, mas um dos critérios para o DBS é a resposta à levodopa.

Check list de sintomas de doença de Parkinson
Um questionário com lista de sintomas que podem estar associados ao Parkinson

Assim, quando um paciente não está respondendo à dose máxima de levodopa, na maioria das vezes, não temos outra escolha para tratamento dos sintomas motores.

A Estimulação da Medula Espinhal

A eletroestimulação da medula espinhal tem sido usada para tratamento de pacientes com diferentes condições dolorosas, atingindo variado grau de sucesso. O método baseia-se na teoria de que a estimulação medular poderia exercer um efeito inibitório na hiperexcitabilidade de neurônios sensibilizados pela lesão nervosa periférica.

A técnica envolve o implante de um ou mais eletrodos no espaço peridural, com objetivo de cobrir a área dolorosa com uma sensação parestésica, induzida pelo estímulo elétrico. Se houver boa resposta no período de teste, geralmente de cinco a sete dias, o gerador definitivo é implantado na região glútea superior, em local onde o paciente possa acessá-lo com sua mão dominante e fazer os ajustes dos parâmetros por meio de controle remoto.

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As Justificativas deste Estudo

Estudos anteriores já sugeriram que a estimulação peridural da medula espinhal pode ajudar a tratar os sintomas motores resistentes à levodopa na doença de Parkinson.

Agora, os resultados deste estudo indicam que a intervenção poderia beneficiar um número substancial de pacientes com a doença, mesmo que não sejam candidatos ao DBS, devido à sua falta de resposta à levodopa.

Ainda não está claro como a estimulação melhora a marcha. A “melhor teoria”, segundo os pesquisadores, é que a medula espinhal fornece os estímulos nervosos aos sistemas cerebrais envolvidos na caminhada, e estes sistemas respondem de forma similar.

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Determinando a Ação da Estimulação Medular na Marcha

O estudo de seis meses incluiu cinco homens parkinsonianos, que apresentaram distúrbios significativos na marcha na terapia com levodopa e não eram elegíveis para estimulação cerebral profunda. Os participantes tinham idade média de 71 anos e apresentavam a doença a, aproximadamente, 14 anos.

Um estimulador da medula espinhal dorsal foi implantado no espaço peridural dos pacientes, que foram avaliados antes da operação e nas semanas posteriores. Foram realizados testes randomizados de diferentes configurações de estimulação da medula espinhal. Na última semana, os pesquisadores avaliaram os pacientes, que completaram tarefas de caminhada, com sensores que transmitiam cada pé para um computador com software de análise de marcha.

As principais variáveis ​​de marcha melhoraram com a estimulação da medula espinhal. Por exemplo, a velocidade do passo melhorou em 54%. O número médio de congelamento de episódios de marcha diminuiu significativamente. A confiança dos pacientes na realização de atividades da vida diária também melhorou.

Perspectivas Futuras para o Tratamento da Doença de Parkinson

Os pesquisadores planejam realizar mais estudos. Como a estimulação da medula espinhal já está disponível para o tratamento da dor, pode ser possível combinar um dispositivo de estimulação da medula espinhal com um sistema de sensor que permita aos médicos otimizar as configurações do estimulador para o tratamento da disfunção da marcha na doença de Parkinson.

A equipe pretende implantar o dispositivo em 25 pacientes com Parkinson e já está coletando referências adicionais. Eles também planejam investigar as alterações neurofisiológicas que ocorrem em diferentes parâmetros da estimulação medular em um estudo clínico maior.

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Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, entre outras funções. Seus sintomas costumam afetar o movimento, e o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, avaliação dos sintomas e alguns exames. O tratamento deve ser individualizado, e comumente exige uma abordagem interdisciplinar.

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