Diversos estudos estão confirmando que estresse causa doenças físicas. De acordo com dois artigos (Artigo 1 e Artigo 2) publicados no periódico Lancet Psychiatry em janeiro deste ano, condições de estresse podem provocar doenças cardiovasculares, que levam ao acidente vascular encefálico (AVE) e também câncer (Artigo 3).
A resposta de luta ou fuga às ameaças está relacionada a uma “cascata fisiológica”, em que mecanismos de aumento da função cardiovascular e recrutamento das fibras musculares esqueléticas são acionados, preparando o organismo para agir.
Esses mecanismos ativam o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e as respostas endotelial e inflamatória, que podem levar o organismo a estados de hipercoagulabilidade, assim como aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, aumentando o risco de problemas cardiovasculares, que podem culminar com a ocorrência de AVE.
Alguns sintomas podem ajudar o médico a identificar o estresse como causa de doenças nos pacientes com risco de problemas cardiovasculares. Entre eles estão o aumento da frequência cardíaca e a aumento de sua variabilidade, que é a medida da variação da frequência cardíaca entre cada par de batimentos do coração, em um determinado intervalo de tempo.
O interesse na análise da variabilidade da frequência cardíaca tem crescido na medicina, pois observando esses valores, podemos verificar se existe um equilíbrio “saudável” entre os sistemas simpático e parassimpático, componentes do sistema nervoso autônomo, o responsável pela comunicação interna do organismo e também pelo controle automático das reações corporais frente às modificações do ambiente.
Já existem diversas evidências de que o sistema nervoso simpático desempenha um importante papel na origem de problemas cardíacos, como arritmias ventriculares, taquicardia ventricular e fibrilação ventricular. Por sua vez, o sistema nervoso parassimpático possui um papel protetor, diminuindo estes riscos.
Dessa forma, a frequência cardíaca e suas medidas de variabilidade podem ser preditores de risco cardíaco, morte súbita e eventos arrítmicos não fatais após infarto do miocárdio. Esses fatores, combinados a transtornos do sono, podem influenciar a função endotelial e o processo inflamatório, que contribuem para a aterosclerose e o risco cardiovascular.
Reconhecer que o Estresse causa doenças cardiovasculares e AVE é um passo importante para o avanço da pesquisa sobre a influência de fatores psicossociais nas doenças físicas e abre espaço para oportunidades de prevenção.
Alguns estudos estão confirmando que transtornos de estresse podem causar doenças como o câncer, englobando casos em que uma história de vida traumática, o diagnóstico de uma doença avançada ou até mesmo ter pouco ou nenhum apoio social são anteriores ao câncer.
Para os pacientes em tratamento de câncer, a avaliação psiquiátrica e o conhecimento da sua história devem ser procedimentos de rotina, realizados concomitantemente à anamnese e ao exame físico.
Os pacientes com sintomas como preocupação excessiva, distanciamento incomum ao lidar com a doença ou com os tratamentos ou irritação, desespero e reação exagerada à doença e ao tratamento devem ser acompanhados por especialistas em psico-oncologia, durante e após o tratamento.
Além disso, também é recomendado cautela em relação ao tratamento desses pacientes com psicofármacos, devido a ausência de evidências sobre a farmacoterapia apropriada, sendo que existe a possibilidade de alguns antidepressivos diminuírem as concentrações séricas dos medicamentos oncológicos e reduzir sua eficácia.
Popularmente conhecido como AVC, o Acidente Vascular Cerebral pode ser definido como o surgimento de um déficit neurológico súbito, causado por um problema nos vasos sanguíneos do sistema nervoso central. Dividido em dois subtipos, isquêmico e hemorrágico, o AVC pode ser evitado com a prática regular de exercícios físicos, alimentação saudável, abandono dos hábitos de fumar e ingerir álcool frequentemente.
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