A posição do corpo tem um papel importante durante o sono e muitas vezes pode fazer a diferença entre ter ou não uma boa noite de sono. Para pessoas que roncam ou que sofrem de apneia obstrutiva do sono (AOS), essa é uma questão importante, pois vários estudos mostram que indivíduos que dormem em posição supina (de barriga para cima) têm maior probabilidade de roncar ou ter apneias, em relação àqueles que dormem na posição lateral.
O mecanismo fisiológico por trás disso é o efeito da gravidade sobre as vias aéreas superiores. Ao dormir na posição supina, a força gravitacional aumenta a tendência da língua e do palato mole caírem na garganta, criando um estreitamento das vias aéreas. Há, portanto, uma maior probabilidade de obstrução dessas vias.
Indivíduos que apresentam o queixo recuado têm ainda mais propensão a roncar e apresentar apneia quando dormem deitados de barriga para cima. A mandíbula de forma incomum empurra as estruturas das vias aéreas superiores em direção à parte posterior da garganta, estreitando-as e propiciando a ocorrência do ronco.
Em alguns pacientes, a apneia obstrutiva do sono (AOS) pode ser resolvida com melhora da patência faríngea (capacidade de manter uma via desobstruída) pelo sono lateral. Ou seja, em decúbito lateral (deitado de lado), as vias aéreas tendem a ficar mais estáveis e menos propensas a fechar.
Eventos de ronco e apneia parecem ser tanto mais numerosos quanto mais severos na posição supina do que na posição lateral. Um estudo demonstrou que mais da metade de seus pacientes com AOS apresentavam mais que o dobro de apneias na posição supina em relação à posição lateral.
Curiosamente, os pacientes com AOS posicional lateral são relatados como mais magros e com quadros de apneia menos severa do que os pacientes posicionais supinos. Da mesma forma, roncadores laterais são relatados como roncadores menos graves do que aqueles que dormem de barriga para cima.
Evidências clínicas sugerem que tanto a posição durante o sono quanto o estágio do sono têm impactos consideráveis no ronco, na apneia do sono e em outros distúrbios do sono.
Embora seja desejável evitar que a pessoa que ronca durma de barriga para cima, na prática isso raramente é alcançado devido à resistência dos pacientes em mudar seus hábitos. A maioria dos estudos confirmou que a terapia posicional é ineficaz e, portanto, fisioterapia, como por exemplo a Terapia de Avanço Mandibular, terá mais efeitos benéficos.
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Referências:
1 – Effect of Sleeping Position on Upper Airway Patency in Obstructive Sleep Apnea Is Determined by the Pharyngeal Structure Causing Collapse
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5806553/
A apneia do sono é uma condição caracterizada por pausas na respiração que duram alguns segundos, e que ocorrem diversas vezes durante o sono. Essa doença classifica-se como Apneia Obstrutiva do Sono ou Apneia Central do Sono. Suas causas e tratamentos podem variar, e o ronco é um importante sintoma. O diagnóstico é feito pela avaliação dos sintomas e do exame de Polissonografia.
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