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Como fazer uma Pessoa com Alzheimer Colaborar com as Atividades?

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Memória / Alzheimer

Publicado: 15 de maio de 2018 | Atualizado: 18 de fevereiro de 2019

À medida que a doença de Alzheimer e outros distúrbios cognitivos degenerativos ​​progridem, há uma deterioração constante das habilidades do paciente, incluindo a capacidade de realizar as atividades necessárias para viver de forma independente. Por isso, esses indivíduos precisam constantemente de ajuda.

Como fazer uma Pessoa com Alzheimer Colaborar com as Atividades?

O termo Atividade de Vida Diária (AVD) define atividades que são realizadas no cotidiano. Este termo é frequentemente usado quando se discute como ajudar pessoas com demência. As AVD’s são divididas em dois grupos.

As Atividades e o Alzheimer

  • Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD’s):
    • Comer;
    • Tomar banho;
    • Vestir;
    • Capacidade de sair da cama ou de uma cadeira;
    • Andar a pé (pode ser com a ajuda de uma bengala ou andador);
    • Outras atividades primordiais para sobrevivência;
  • Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD’s):
    • Preparo da comida;
    • Serviço de limpeza e lavanderia;
    • Gerenciando Assuntos Financeiros;
    • Compras;
    • Outras atividades complexas que dão suporte às AVD’s em casa e em outros contextos sociais;

Pessoas com Alzheimer que vivem sozinhas precisam lidar com todas as suas atividades pessoais e atividades instrumentais. Aqueles que não podem lidar com as AVD’s têm que mudar para uma vida assistida ou morar com membros da família.

Existe um aspecto de degradação física na doença de Alzheimer. À medida que a memória e a cognição são afetadas, o controle motor também se deteriora.

Ansiedade, irritabilidade, raiva, agressividade e apatia são frequentemente listadas como sintomas da doença de Alzheimer. É provável que esses comportamentos sejam, até certo ponto, o resultado do reconhecimento do paciente de que suas habilidades básicas estão se deteriorando e, junto com essas habilidades, sua independência.

Infelizmente, hoje essa tendência não pode ser revertida; essa é a natureza da doença. No entanto, a terapia ocupacional ajuda a atrasar os efeitos motores e cognitivos da demência, além de avaliar, adaptar e facilitar essas atividades diárias, oferecendo uma maior autonomia e independência para o paciente com Alzheimer.

Como fazer com que o paciente colabore nas AVD’s

Use sempre reforço positivo e não discuta com o paciente. Não tente discutir sobre quantos dias se passaram desde o último banho, odores ou higiene, não adianta insistir e brigar com o paciente nesse momento. Quanto mais conflito, mais relevante a questão se torna para o paciente e mais ele vai ser contrário e se defender.

Raciocínio lógico também não funciona. Em vez disso, mantenha as frases curtas e simples e concentre-se apenas nas atividades positivas e divertidas que vêm depois do banho. Para isso existe uma técnica bem consolidada que consiste em três passos:

  • Distração;
  • Mudança de foco;
  • Objetivo

Por exemplo, quando o idoso estiver se recusando a fazer alguma atividade, distraia-o com algo de seu interesse (Distração), alimentos ou hobbies são bons exemplos. Após levá-lo para essa segunda atividade, comece a conversar e distraia-o, seja com o assunto da conversa, músicas, filmes ou outras atividades (Mudança de foco). Finalmente, sugira outras atividades posteriores que levariam o paciente a naturalmente fazer a ação atualmente recusada por ele (Objetivo).

A combinação dessas três estratégias tendem a facilitar a adoção do comportamento esperado de forma voluntária e não traumática. Importante ter paciência na execução dos passos para dar tempo ao paciente de sair do seu estado atual de negação.

Assista ao vídeo abaixo e saiba mais:

Referências:

1 – Activities of daily living in frontotemporal dementia and Alzheimer disease

http://n.neurology.org/content/68/24/2077

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Memória / Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável e progressiva. A maioria das vítimas são pessoas idosas. A doença apresenta sintomas como perda de funções executivas e cognitivas (como a memória), causada pela morte de células cerebrais. O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas existentes, retardando a evolução da doença. Os tratamentos indicados são divididos em farmacológicos e os não-farmacológicos.

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