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Alzheimer – Metilfenidato pode Reduzir Sintomas de Apatia

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Memória / Alzheimer

Publicado: 29 de dezembro de 2017 | Atualizado: 18 de fevereiro de 2019

A apatia é o problema comportamental mais comum nos pacientes com Alzheimer. Este sintoma pode ter consequências funcionais e comportamentais significativas para os pacientes, podendo afetar também os cuidadores.

Um estudo publicado recentemente no American Journal of Psychiatry demonstrou que o medicamento metilfenidato pode ser útil, não só para reduzir a apatia, mas também para melhorar a cognição em pessoas com doença de Alzheimer leve. Continue a leitura para saber mais sobre esta descoberta.

A Apatia no Paciente com Alzheimer

O termo apatia é derivado do grego, significando falta de paixão (a = sem; pathos = paixão).  Assim, define-se apatia como interesse ou motivação diminuídos, não relacionados a angústia emocional, deficiência intelectual ou consciência diminuída.

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Essa condição manifesta-se em comportamentos como iniciativa diminuída, pouca persistência, falta de interesse, indiferença e isolamento social, que podem ser interpretados equivocadamente como insensibilidade, desinteresse e descuido. Do ponto de vista cognitivo, a apatia pode afetar a função executiva, podendo também manifestar-se como dificuldades na fluência verbal.

A apatia é considerada uma síndrome neuropsiquiátrica prevalente em várias doenças do espectro psiquiátrico e neurológico, observada também em indivíduos que sofrem lesão cerebral traumática. É o sintoma comportamental mais comum na doença de Alzheimer, afetando em média 60% dos pacientes.

O Metilfenidato na Apatia – Como o Estudo foi Conduzido

Foi realizado um estudo duplo-cego de 12 semanas com 60 homens em idade média de 70 anos e doença de Alzheimer confirmada. Os participantes precisavam ter um cuidador e obtiveram 18 ou mais pontos no Mini-Mental State Examination (MMSE) e mais de 40 pontos na Apathy Evaluation Scale-Clinician (AES-C), exames que determinam, respectivamente, o estado de cognição e o grau de apatia do paciente.

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Os pacientes foram divididos em dois grupos, aleatoriamente, para receber placebo ou metilfenidato, durante 12 semanas.

Após o ajuste das pontuações, o grupo que recebeu metilfenidato apresentou melhora significativamente maior do que o grupo placebo, nos aspectos comportamental e cognitivo da AES-C. No domínio emocional, a melhora alcançada foi significativa apenas na 12° semana.

O grupo metilfenidato também demonstrou melhora nos escores no MMSE, em comparação à observada com inibidores da colinesterase e também comparada ao grupo placebo.

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Compreendendo e Aplicando os Resultados no Tratamento de Alzheimer

Distintos circuitos cerebrais podem ter papel relevante em diferentes domínios de apatia. Levando em consideração os fatos que relacionam apatia com função cognitiva e perturbação do córtex basal pré-frontal, este sintoma pode ser considerado semelhante à demência subcortical.

Partindo deste raciocínio, uma de suas linhas de tratamento baseia-se na utilização de agentes dopaminérgicos, os quais são estimulantes do sistema nervoso central. Um número crescente de pesquisas relatam o tratamento da apatia com agentes psicoativos, incluindo psicoestimulantes dopaminérgicos e inibidores da enzima colinesterase.

O medicamento metilfenidato, conhecido comercialmente como Ritalina, é usado no tratamento de pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Seu mecanismo de ação consiste em aumentar os níveis de dopamina cerebral.

A partir do conhecimento das bases neurobiológicas da apatia, o metilfenidato é uma das substâncias empregadas que se enquadra perfeitamente nessa linha de tratamento.

Estudos mais longos serão realizados, para determinar se a melhora da apatia é alcançada com a terapia contínua ou se o medicamento deve ser descontinuado em um determinado ponto.

Além disso, é importante que o paciente seja avaliado adequadamente antes de iniciar esta terapêutica, pois, além do metilfenidato ser um fármaco de uso controlado, pode provocar efeitos adversos graves, quando ingerido indevidamente. Na dúvida, marque uma consulta e deixe-nos ajudar a escolher a abordagem terapêutica mais adequada ao seu caso.

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Memória / Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável e progressiva. A maioria das vítimas são pessoas idosas. A doença apresenta sintomas como perda de funções executivas e cognitivas (como a memória), causada pela morte de células cerebrais. O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas existentes, retardando a evolução da doença. Os tratamentos indicados são divididos em farmacológicos e os não-farmacológicos.

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