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Conheça as Alterações Emocionais Pós-AVC

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: AVC, Conteúdos

Publicado: 10 de junho de 2025

Alterações Emocionais Pós-AVC são possíveis, então, é importante Conhecê-las e se preparar para o que pode acontecer ao se deparar repentinamente com essa situação ou ser um suporte para alguém que está diante desta realidade.

Mas igualmente precisamos levar em consideração que a condição pode afetar áreas cerebrais responsáveis pelo controle das emoções e dos sentidos, como vamos observar neste artigo.

Principais Alterações Emocionais Pós-AVC

Devido ao fato de acontecer inesperadamente, é comum que o paciente apresente algum tipo de impacto emocional, mesmo que cada um tenha a sua forma de reagir e cada experiência seja particular.

Por isso, sinais de choque, culpa, luto, negação, raiva e tristeza são observados em um primeiro momento, uma vez que ocorrem mudanças bruscas na rotina da casa, do trabalho e das relações, e se não tratados adequadamente podem interferir negativamente no processo de recuperação.

Ansiedade Pós-AVC

A ansiedade pós-AVC é esperada em um período de cinco anos, porque o paciente pode ter preocupações até então inexistentes, como a possibilidade de um segundo AVC, perda de emprego e separação, por exemplo.

Mas é importante atentar-se e procurar ajuda médica caso não tenha uma motivação ou quando esse tipo de quadro passa a impedir a realização das suas atividades diárias.

Como mencionado, cada pessoa pode manifestar alterações emocionais pós-AVC de forma única, mas entre os indícios comuns de ansiedade estão batimento cardíaco acelerado, enjoo ou frio na barriga, dificuldade para se concentrar, inquietação, sensação de pavor, tensão e tremor.

Depressão

A depressão é igualmente esperada depois de um AVC em cerca de um ano, mas não impede que qualquer tipo manifeste-se imediatamente, dentro de meses ou anos após o derrame, geralmente, em associação com sinais de:

  • Ansiedade ou preocupação em excesso;
  • Culpa, desamparo ou sensação de inutilidade;
  • Desânimo ou tristeza prevalentes;
  • Desinteresse em coisas que considerava prazerosas;
  • Dificuldade para se concentrar, dormir ou tomar decisões;
  • Evitar sair ou encontrar outras pessoas, até mesmo para fazer novas amizades;
  • Falta de confiança;
  • Falta de energia ou motivação;
  • Perda de apetite ou fome em excesso, e do interesse por relações sexuais;
  • Sono excessivo.

Desespero

Neste caso, o desespero está associado à automutilação ou aos pensamentos suicidas, que costumam manifestar-se por meio de desesperança, julgamento de ser descartável, perda do sentido para continuar vivo, pensamento persistente de morte e sensação de que a dor não passa, por exemplo.

Frustração

Outra alteração emocional pós-AVC é a frustração, que tende a ser identificada em uma parcela significativa de pessoas que sobreviveram, porque encontram dificuldade para lidar com as mudanças, então, tendem a apresentar:

  • Cansaço e falta de energia;
  • Dependência das pessoas;
  • Dificuldade para expressar-se;
  • Dificuldade para trabalhar ou fazer as coisas no mesmo ritmo;
  • Erros;
  • Esquecimento com facilidades;
  • Incapacidade para realizar ações até então comuns;
  • Irritação e falta de paciência por não conseguir fazer as coisas como deseja.

Labilidade Emocional

Quando a pessoa passa a apresentar respostas emocionais desproporcionais ou sem motivação, podemos associar à labilidade emocional, em que acaba, por exemplo, chorando ou rindo de modo incontrolável, ou seja, estão com as emoções descontroladas (mudanças repentinas e imprevisíveis).

Mudanças de Personalidade

Traços característicos de personalidade pré-AVC podem tornar-se exagerados, fazendo com que o paciente comporte-se de forma não esperada por quem o conhece, sendo possível identificar por meio de agressividade ou irritabilidade, desinibição, falta de interesse e impulsividade.

Raiva

A raiva pode tornar-se frequente após um acidente vascular cerebral, uma vez que o paciente tende a passar pelo luto, pela perda e frustração em seguida, ou devido às alterações cerebrais, dificultando o controle das emoções, ou seja, sem uma justificativa aparente para estar com mais raiva ou descontrolado.

Transtorno do Pânico

O transtorno do pânico acontece quando sintomas de ansiedade surgem de forma intensa e repentina, em que a pessoa tem a sensação de serem devastadores e achar que vai desmaiar ou mesmo morrer, o que é caracterizado por batimentos cardíacos acelerados, dificuldade para respirar, medo ou pavor, sensação de desmaio ou vertigem, e suor ou tremor.

Devido ao fato de esses sinais se assemelharem a quadros clínicos, dificultando o diagnóstico, é importante observar se agravam ou surgem acompanhados de outros sinais, devendo buscar ajuda médica prontamente.

Tristeza

Entre outras alterações emocionais pós-AVC estão a tristeza e sensação de estar deprimido(a), demonstrando insatisfação com a nova realidade e pelas mudanças que têm acontecido na vida.

Embora o mau humor seja comum, ao observar que as emoções estão interferindo no cotidiano é importante buscar ajuda médica de um neurologista para confirmar ou descartar o diagnóstico de depressão, que também é comum manifestar-se em tais pacientes.

Sem contar que eles igualmente podem apresentar como Alterações Emocionais Pós-AVC apatia (ausência de emoção ou motivação para expressá-la) e comportamento impulsivo (agir sem pensar ou se colocar em risco por causa de danos à área cerebral). Então, não hesite em agendar uma consulta com o médico especialista em Neurologia para identificar o quadro e iniciar o tratamento o quanto antes, priorizando o seu bem-estar e sua qualidade de vida.

Mais informações sobre este assunto na Internet:

Artigo publicado em: 21 de maio de 2024 e atualizado em: 10 de junho de 2025

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AVC

Popularmente conhecido como AVC, o Acidente Vascular Cerebral pode ser definido como o surgimento de um déficit neurológico súbito, causado por um problema nos vasos sanguíneos do sistema nervoso central. Dividido em dois subtipos, isquêmico e hemorrágico, o AVC pode ser evitado com a prática regular de exercícios físicos, alimentação saudável, abandono dos hábitos de fumar e ingerir álcool frequentemente.

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