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Visão do Neurologista Sobre a Fluoxetina

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Emoções

Publicado: 6 de maio de 2025

Fluoxetina é um famoso antidepressivo conhecido no universo da Neurologia de categoria ‘C”, ou seja, é considerado intermediário por não ter tantos estudos sistemáticos e revisados para comprovar sua segurança, mas conta com relatos suficientes para sustentar o seu uso na Medicina.

Neste artigo vamos abordar sobre as suas principais indicações, o seu modo de funcionamento, metabolismo, as suas apresentações, o seu uso em perfis específicos de pacientes, as interações medicamentosas e os tipos de efeitos colaterais.

Tudo Sobre a Fluoxetina – Ponto de Vista da Neurologia

É comum as pessoas ficarem receosas quando recomendamos algum medicamento e com a fluoxetina não é diferente. Por isso, nos consultórios podemos nos deparar com determinados questionamentos, que busco sanar neste conteúdo.

Esse é um medicamento muito utilizado, especialmente por neurologistas, e eficaz em ajudar o paciente a sair do seu estado atual para um normal por meio de doses ajustadas para proporcionar os melhores resultados. Além disso, não causa dependência, está disponível no SUS e apresenta seus prós e contras para cada paciente.

Principais Indicações da Fluoxetina

Entre as indicações mais comuns da fluoxetina, na visão do neurologista, estão:

  • Bulimia nervosa: o medicamento é uma opção de tratamento, principalmente, para as pessoas do sexo feminino que provocam o vômito após se alimentarem;
  • Depressão associada ou não à ansiedade: primeira grande indicação, sendo receitada para esse tipo de tratamento justamente por apresentar eficácia maior;
  • Off-label: uma opção comum para ajudar a emagrecer e reduzir efeitos da TPM (Tensão Pré-Menstrual) que, geralmente, aumentam o apetite;
  • Transtorno Disfórico Pré-Menstrual: de acordo com a bula, é indicada para TDPM, incluindo TPM, problemas emocionais associados às fases da menstruação e síndromes ansiosas, especialmente em casos de irritabilidade e disforia (mal-estar provocado pela ansiedade);
  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo: também é recomendada para pessoas que têm mania, seja grave ou obsessiva, por exemplo.

Modo de Funcionamento

A fluoxetina trata-se de um medicamento antidepressivo que atua na inibição da recaptação da serotonina, um neurotransmissor naturalmente produzido pelo nosso corpo que fica na fenda sináptica.

Logo, é uma opção para quando a quantidade ou eficácia é insuficiente, ou o receptor não está funcionando adequadamente, porque o medicamento acaba transportando a serotonina até a fenda sem deixá-la ser captada durante o trajeto.

Efeito da Fluoxetina Após o seu Funcionamento

Depois de tomar o medicamento, em um período de 6h a 8h está no cérebro cumprindo seu papel ao longo do tempo desde então, enchendo a fenda sináptica com neurotransmissor e ativando o outro neurônio, sem apresentar alterações, mas os efeitos clínicos passam a ser observados nitidamente após, normalmente, quatro semanas de uso.

Metabolismo da Fluoxetina

A fluoxetina é metabolizada no fígado, ligada às proteínas plasmáticas (proteínas sanguíneas que transportam o medicamento pelo sangue) juntamente ao seu metabólito (Norfluoxetina).

Ela tem uma meia-vida longa de 4 a 16 dias, o que é considerado um período um pouco demorado para sair do corpo ao interromper o uso desse tipo de medicamento antidepressivo.

Apresentações da Fluoxetina

Conhecida por ter várias formas, trata-se de um sal que pode estar no interior de comprimidos (é viável cortar) ou cápsulas gelatinosas (com possibilidade de amassar) de 20 mg, mas as de 10 mg são mais comumente receitadas, porque servem para titular a dose, achar a dosagem mais indicada, aumentar gradativamente ou como opção para crianças.

Além disso, existe a solução oral de 20 mg / ml (1 ml / gota), que apresenta maior tolerabilidade nos pacientes com grande sensibilidade gástrica ou são pós-bariátricos.

Uso Conforme Determinados Perfis de Pacientes

O uso da fluoxetina, na visão do neurologista, depende de um cuidado especial em populações específicas, porque existem particularidades determinantes para a possibilidade de uma real indicação ou não.

  • Adolescentes: embora não seja proibitiva, é fundamental se atentar a esse público (até os 25 anos), porque aumenta o risco de pensamento suicida;
  • Crianças: estudos com crianças acima de sete anos apontam sua eficácia para aquelas que têm TOC, transtornos alimentares ou de ansiedade;
  • Deficiência hepática: especialmente, quem tem cirrose precisa tomar doses menores e até priorizar o uso de outros medicamentos, porque pode facilitar o surgimento de sangramento naqueles que já apresentam essa característica;
  • Deficiência renal: depende de um cálculo para ajustar a dose de acordo com o quadro de cada paciente;
  • Diabéticos(as): demandam acompanhamento rígido para evitar o risco de hipoglicemias, porque pode ajudar a provocar a queda da glicemia, especialmente em quem utiliza medicamentos para controle da glicose;
  • Epilépticos(as): principalmente em pacientes em que a epilepsia não está bem controlada, pode aumentar o risco de terem crises convulsivas por ser um medicamento excitatório;
  • Gestantes: apesar de ser da categoria ‘C’, há relatos de que não há evidência suficiente comprovando que gere malformações dos bebês, mas mesmo raro, eles podem apresentar sintomas de retirada aguda que passam rapidamente;
  • Idosos: deve ser usada em doses menores, porque apresenta metabolismo não linear e é um medicamento excitatório, podendo gerar agitação, distúrbios do sono ou estimulação excessiva do sistema nervoso central;
  • Lactentes: mesmo sendo excretada no leite, não afeta o bebê, desde que a mãe esteja usando uma baixa dose de fluoxetina.

Interações Medicamentosas

Devido à sua versatilidade, é comum que a fluoxetina, na visão do neurologista, seja utilizada juntamente com outros medicamentos, tais como:

  • Drogas com ação no sistema nervoso central: apresenta grandes variações no nível do sangue porque disputa espaço para entrar em ação com anticonvulsivantes, antidepressivo tricíclico, antipsicóticos, calmantes e estabilizadores de humor, potencializando os efeitos negativos dos medicamentos ou aumentando o risco de gerar síndrome serotoninérgica;
  • Medicamentos de coagulação: como são usados para evitar a formação de trombos, é importante fazer um acompanhamento médico de acordo com a recomendação, porque podem acabar aumentando o risco de sangramento, prejudicando o sistema de coagulação;
  • Medicamentos que ligam-se às proteínas plasmáticas: devido ao fato de ser transportada pelas proteínas, a fluoxetina pode afetar a eficácia desses medicamentos no corpo.

Sem contar que, apesar de não apresentar interferência, não é recomendada a ingestão de álcool durante a fase de adaptação do medicamento para que o paciente e o médico de confiança consigam tomar as devidas providências caso apresente problemas semelhantes ao da bebida e não fiquem em dúvida sobre a sua origem, conseguindo descartar com mais facilidade caso existam outras possibilidades.

Tipos de Efeitos Colaterais

A lista de possíveis efeitos colaterais na bula é extensa e costuma ser dividida em níveis de riscos de surgir em alguém, principalmente nas duas primeiras semanas da introdução do fármaco, mas neste conteúdo destacamos os:

  • Muito comuns: astenia (músculo enfraquecido), cansaço, diarreia, dor de cabeça, fadiga, falta de energia, náusea e síndrome gripal;
  • Comuns: agitação, boca seca (sensação regressiva ao longo do tempo, mas sem passar tudo), bocejo sem sono, dificuldades no orgasmo, diminuição da libido, inquietação, nervosismo, palpitações (sensação de coração acelerado), perdas de apetite e peso, sonhos anormais, sonolência, tremor (normalmente, em doses que sobem rapidamente) e visão turva.

Diante de todas essas características que resumem Tudo Sobre a Fluoxetina, na Visão do Neurologista, é importante agendar uma consulta para confirmar o seu diagnóstico e ter a chance de receber o melhor tratamento possível, por isso, não hesite em agendar o seu horário.

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Emoções

Os transtornos emocionais caracterizam-se por disfunções comportamentais e cerebrais, que afetam a saúde psicológica e a qualidade de vida dos pacientes. Distúrbios como depressão, ansiedade, estresse, síndrome do pânico e fobia social estão inclusos nesta categoria. As causas, sintomas, e terapias variam de acordo com a condição. É essencial buscar ajuda especializada para diagnosticar e tratar adequadamente o problema.

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