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Epilepsia e seus Tratamentos

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Epilepsia

Publicado: 15 de outubro de 2024

Epilepsia é uma condição neurológica das mais prevalentes, caracterizada por crises epilépticas que são resultadas de descargas elétricas anormais no cérebro, variando em frequência e gravidade, e contando com diversas causas. Assim, leva aos sintomas de convulsões, movimentos descontrolados do corpo e até perda de consciência.

Diante deste cenário, o correto diagnóstico é a chave para que a pessoa, seja criança ou adulta, tenha a chance de ter uma melhor qualidade de vida ao iniciar o tratamento para controlar ou reduzir as convulsões, ou interrompê-las completamente, que conta com algumas possibilidades.

Tratamentos da Epilepsia

O tratamento da epilepsia é dividido em duas modalidades, sendo o ablativo, que acontece quando há retirada de um pedaço que é o foco ecogênico, e o modulatório, em que um dispositivo responsável pela modulação da crise epiléptica é implantado.

Assim como igualmente conta com a disponibilidade de medicamentos antiepilépticos e anticonvulsivantes para controlar ou diminuir a frequência e intensidade das crises epilépticas, dieta cetogênica, possibilidade de evitar os gatilhos para ajudar no controle das convulsões, o canabidiol e a eletroestimulação, a depender do tipo de epilepsia, da sua gravidade, das frequências das crises epilépticas, da idade ou gestação.

Do mesmo modo que a atividade física regular também é capaz de atuar como tratamento porque auxilia na promoção do bem-estar e da socialização, sendo ideal para quem está com as crises controladas e após prévia autorização por parte do médico especialista em Neurologia e informar ao profissional de Educação Física ou outro que seja responsável por orientar a pessoa durante o exercício sobre a condição.

Além disso, com o intuito de aumentar as chances de obter o(s) resultado(s) esperado(s) é fundamental tomar alguns cuidados durante o tratamento da epilepsia, tais como:

  • Andar com cartão de identificação informando que tem epilepsia e com contatos em casos de emergência;
  • Fazer as consultas e os exames com a regularidade indicada pelo médico responsável pelo atendimento;
  • Identificar as causas das convulsões e montar um diário com a rotina para que consiga evitá-las futuramente;
  • Priorizar atividade física regular;
  • Tomar os medicamentos conforme os horários recomendados.

Diagnóstico da Epilepsia

Ao suspeitar ou ter diagnóstico de epilepsia, é importante identificar o foco da crise para iniciar o tratamento, o que nem sempre significa a alteração do exame de imagem.

Para isso é solicitado um estudo funcional da crise, sendo necessário verificar se determinada alteração anatômica é responsável pela crise do paciente, o que pode acontecer por meio de implante de placa, Vídeo-EEG, Stereo Vídeo-EEG (modalidade que conta com implantação de eletrodos invasivos para avaliação do foco da crise), entre outros tipos capazes de definir se a alteração encontrada no exame de imagem é responsável pela crise da pessoa em questão.

Em seguida, o médico especialista em Neurologia determina se a crise é originada pela alteração anatômica encontrada. E uma das causas mais comuns para se operar é a esclerose mesial temporal, assim como também se enquadram displasias e encefalite de Rasmussen.

Casos Operáveis

Um tratamento cirúrgico torna-se opção quando o paciente é considerado refratário, como acontece quando trata-se de um quadro de esclerose mesial temporal e não há resposta às três classes de anticonvulsivantes, de tratamento regular.

Ao se enquadrar em um procedimento cirúrgico e a pessoa estiver descompensada das crises, o ideal é operar o mais rápido possível, porque o fato de estar tendo repetidas crises faz com que tenha piora cognitiva ao longo do tempo.

Entretanto, nem todos são candidatos a essa opção, uma vez que há limitações, tais como, capacidade cognitiva do paciente, em que estão comprometidos cognitivamente e tendem a ter piora com a cirurgia, ficando mais debilitados(as).

Do mesmo modo que se tiver crise bilateral, não é possível operar ambos os lobos temporais simultaneamente. Além disso, precisamos considerar o hemisfério dominante, que vai definir o tipo de cirurgia a ser feita, mas sem limitar o procedimento.

Por exemplo, nos casos de Rasmussen, em que metade do hemisfério cerebral começa a sofrer atrofia, déficit de motor e crises não controladas, a decisão do melhor momento para operar é crítica, porque no tratamento é feita uma histerectomia, ou seja, uma desconexão de uma metade do cérebro da outra, o que envolve um risco elevado de déficit motor e fala. Assim, antes dos seis anos de idade, a chance da pessoa recuperar-se é maior em comparação com as pessoas de faixas etárias acima.

Ainda em relação à esclerose mesial temporal ou epilepsia do lobo temporal existem dois tipos principais de tratamento, sendo a amigdalectomia super seletiva e lobectomia temporal, porque a condição é caracterizada pela alteração do hipocampo amígdala e do tecido neocortical do lobo temporal, a depender do caso.

Resultados Cirúrgicos

Os resultados cirúrgicos em um curto período de tempo são muito próximos, enquanto isso, em relação a um longo prazo, depende do comprometimento de hipocampo ou um grande comprometimento de neocortex de cada paciente. E a longo prazo, operações amplas têm melhores resultados cirúrgicos, mas com maior risco de alteração cognitiva.

A cirurgia visa controlar as crises e tem um resultado interessante. O que sabemos é que cerca de 60% dos pacientes são refratários ao tratamento medicamentoso e 70% ou 80% dos que operam têm controle das crises, reduzindo a medicação com o intuito de ficarem menos sedados.

Trata-se de um procedimento capaz de proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes, fazendo com que tenham menos interação medicamentosa e complicações do seu uso.

Logo, apesar de não ser obrigatória, é uma ferramenta importante na qualidade de vida dos pacientes e no controle de suas crises. Por isso, não espere aumentar a frequência para buscar ajuda médica especializada para controlar o seu quadro de Epilepsia por meio da melhor opção de Tratamento para você!

Mais informações sobre este assunto na Internet:

Artigo Publicado em: 14 de out de 2020 e Atualizado em: 15 de out de 2024

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Epilepsia

É uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, cuja causa não é relacionada a febre, drogas ou distúrbios metabólicos, e se expressa por crises epilépticas repetidas. A alteração pode ser proveniente de lesões cerebrais, neurocisticercose, abuso de bebidas alcoólicas e uso de drogas. Mas muitas vezes não é possível conhecer a causa exata que deu a origem ao problema.

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