Tremor de Holmes ou “rubral” trata-se de um distúrbio de movimento raro, sintomático, que está comumente associado às lesões cerebelares, talâmicas ou de tronco cerebral após o paciente sofrer um AVC (acidente vascular cerebral).
Representada pela sigla TH, a condição é descrita como um tremor que acontece em repouso – intensificado pela postura e ação – e intenção com elevada amplitude, às vezes, irregular.
E igualmente esse tremor de frequência lenta, normalmente inferior a 4,5 Hz, é conhecido, apesar de raramente, como tremor rubral, mesencéfalo ou talâmico, tremor pós-traumático ou complexo em relação às áreas acometidas.
O tremor de Holmes é caracterizado por componentes de repouso, cinéticos e posturais, de baixa frequência, acompanhado de ataxia (fala arrastada, tropeço, queda e incoordenação), bradicinesia (lentidão anormal dos movimentos) e paralisia dos músculos dos olhos. Assim como torna-se incapacitante quando o paciente tenta realizar movimentos posturais.
E entre suas causas estão lesões neurológicas, como cerebral traumática, AVC isquêmico ou hemorrágico, traumas, tumores, esclerose múltipla, condições infecciosas, lesões vasculares, leucoencefalopatia multifocal progressiva, malformações venosas ou procedimento cirúrgico.
Quando há relação com uma lesão neurológica inicial, os sintomas surgem entre o período de 1 a 24 meses, com possibilidade de existirem outras causas, como lesões do tronco cerebral superior, tálamo e cerebelo, por exemplo.
Para que o diagnóstico de tremor de Holmes seja confirmado, o médico realiza um exame clínico, faz estudos neurofisiológicos e uma avaliação radiológica. Do mesmo modo que a RM (ressonância magnética) funcional (do crânio e sem contraste) aponta lesões envolvendo cerebelo, globo pálido interno, tálamo, núcleo vermelho e junção pontomedular.
Ou seja, por meio da RM é possível observar se há presença de lesões isquêmicas ou inflamatórias / neurodegenerativas, sequelas traumáticas e condições vasculares / tumorais.
Apesar de o exame laboratorial não ser eficaz para o diagnóstico, um eletromiograma é essencial para medir a frequência da atividade do tremor. Assim como a TC (tomografia computadorizada) identifica casos agudos de hemorragia.
Como tratamento, a opção farmacológica, normalmente, envolve a administração simultânea de medicamentos para DP (Doença de Parkinson) ou TE (tremor essencial), tais como, agentes dopaminérgicos, anticolinérgicos, propranolol e primidona, sendo que são comumente usados levetiracetam, triexifenidil, levodopa, agonistas de dopamina, anticolinérgico e topiramato.
Enquanto isso, os medicamentos de segunda linha que tendem a auxiliar em relação a alguns sintomas do tremor de Holmes são clonazepam, biperideno, bromocriptina, amantadina e injeções de toxina botulínica.
O médico especialista em Distúrbios de Movimento igualmente pode indicar a terapia com DBS (estimulação cerebral profunda) para alívio dos tremores em pacientes com medicamentos refratários, que produz evidências favoráveis, especialmente em casos dos núcleos subtalâmico e intermediário ventral do tálamo, e o globus pallidus interno.
Além disso, a implantação de múltiplas derivações de DBS é voltada para tremores mistos identificados em pacientes com TH resultado de desequilíbrio combinado das vias cerebelo-talâmica e pálido-talâmica. Sem contar que a neuroestimulação é eficaz em controlar o tremor persistente e robusto de menor amplitude.
Assim, ao identificar sinais como os detalhados ou mesmo após passar por um AVC, procure um médico neurologista de sua confiança para descartar a possibilidade da condição ou mesmo confirmar o diagnóstico de Tremor de Holmes para que possam tomar as medidas necessárias visando o seu bem-estar e a sua qualidade de vida.
Popularmente conhecido como AVC, o Acidente Vascular Cerebral pode ser definido como o surgimento de um déficit neurológico súbito, causado por um problema nos vasos sanguíneos do sistema nervoso central. Dividido em dois subtipos, isquêmico e hemorrágico, o AVC pode ser evitado com a prática regular de exercícios físicos, alimentação saudável, abandono dos hábitos de fumar e ingerir álcool frequentemente.
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