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Existe Ligação entre Pensamentos Negativos e Doença de Alzheimer?

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Memória / Alzheimer

Publicado: 20 de outubro de 2020 | Atualizado: 26 de outubro de 2020

Pensamentos Negativos e Doença de Alzheimer. Há evidências de que fatores psicológicos, como ansiedade, depressão e estresse podem aumentar o risco de desenvolver demência.

E um estudo com pessoas com mais de 55 anos, publicado recentemente na revista Alzheimer’s & Dementia, demonstrou que os padrões repetitivos de pensamento negativo estão ligados ao declínio cognitivo subsequente, assim como, à deposição de proteínas cerebrais prejudiciais relacionadas à Doença de Alzheimer.

Continue a leitura e saiba mais sobre a realização do estudo e suas descobertas.

Teste de Depressão (PDQ-9)
Esse teste é adaptado do PDQ-9 para quantificação do grau de depressão

Pensamentos Negativos e Doença de Alzheimer

Segundo a autora principal do estudo, Dra. Natalie Marchant, depressão e ansiedade são fatores de risco para a demência. Além disso, certos padrões de pensamento implicados na depressão e na ansiedade podem ser uma razão pela qual as pessoas com estes distúrbios têm maior probabilidade de desenvolver demência.

Como o Estudo Foi Realizado

Participaram do estudo, 292 pessoas com mais de 55 anos. Durante um período de dois anos, os participantes do estudo responderam a perguntas sobre como eles normalmente pensam sobre experiências negativas, focando nos padrões de pensamentos negativos, como ruminar sobre o passado e preocupação com o futuro. Entretanto, os participantes também completaram questionários de sintomas de depressão e de ansiedade.

Sua função cognitiva foi avaliada, medindo memória, atenção, cognição espacial e linguagem. Assim, um total de 113 participantes também foi submetido a tomografias cerebrais PET, medindo depósitos de tau e de amiloide, duas proteínas que causam o tipo mais comum de demência, a Doença de Alzheimer, quando se acumulam no cérebro.

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Resultados do Estudo

Os pesquisadores descobriram que as pessoas que exibiam padrões de pensamentos negativos mais elevados apresentaram mais declínio cognitivo em um período de quatro anos e declínios na memória (que está entre os primeiros sinais da Doença de Alzheimer). O que significa que estas pessoas estavam mais propensas a ter depósitos de amiloide e de tau em seu cérebro.

Depressão e ansiedade foram associadas ao declínio cognitivo subsequente, mas não com a deposição das proteínas amiloide ou tau, sugerindo que a ruminação de pensamentos negativos pode ser a principal razão pela qual a depressão e a ansiedade contribuem para o risco de Doença de Alzheimer.

Porquê Isso Acontece

Os padrões repetitivos de pensamentos negativos podem contribuir para o risco de Alzheimer, por meio de seu impacto em indicadores de estresse, como pressão alta, já que outros estudos descobriram que o estresse fisiológico pode contribuir para a deposição de amiloide e de tau.

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Nossos pensamentos possuem um impacto biológico em nossa saúde física, que pode ser positivo ou negativo. Dessa forma, práticas de treinamento mental, como meditação, podem ajudar a regular esquemas mentais associados à eventos negativos.

Cuidar da sua saúde mental é importante e deve ser uma grande prioridade. Pois essa prática não é importante apenas para a saúde e o bem-estar a curto prazo, mas também pode impactar seu eventual risco de demência.

Perspectivas para o Futuro

A ligação entre padrões de pensamento negativo repetido e declínio cognitivo e depósitos de proteínas prejudiciais são muito importantes. Embora precisemos de mais investigações para compreender estes mecanismos.

Os pesquisadores esperam descobrir se a redução de pensamentos negativos, possivelmente, por meio do treinamento da atenção plena ou da terapia cognitivo comportamental, pode, por sua vez, reduzir o risco de demência.

Outras pesquisas também estão em andamento para avaliar se intervenções, como a meditação, podem ajudar a reduzir o risco de demência. Estas intervenções poderiam melhorar a qualidade da saúde mental na velhice.

Compreender os fatores que podem aumentar o risco de demência é vital para nos ajudar a melhorar nosso conhecimento sobre esta condição. E desenvolver estratégias de prevenção. Durante estes tempos de instabilidade, é importante ressaltar que a saúde mental pode ser uma engrenagem vital na prevenção e no tratamento da demência; mais pesquisas nos dirão até que ponto.

Referência: Alzheimer’s & Dementia

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Memória / Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável e progressiva. A maioria das vítimas são pessoas idosas. A doença apresenta sintomas como perda de funções executivas e cognitivas (como a memória), causada pela morte de células cerebrais. O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas existentes, retardando a evolução da doença. Os tratamentos indicados são divididos em farmacológicos e os não-farmacológicos.

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