Pensamentos Negativos e Doença de Alzheimer. Há evidências de que fatores psicológicos, como ansiedade, depressão e estresse podem aumentar o risco de desenvolver demência.
E um estudo com pessoas com mais de 55 anos, publicado recentemente na revista Alzheimer’s & Dementia, demonstrou que os padrões repetitivos de pensamento negativo estão ligados ao declínio cognitivo subsequente, assim como, à deposição de proteínas cerebrais prejudiciais relacionadas à Doença de Alzheimer.
Continue a leitura e saiba mais sobre a realização do estudo e suas descobertas.
Segundo a autora principal do estudo, Dra. Natalie Marchant, depressão e ansiedade são fatores de risco para a demência. Além disso, certos padrões de pensamento implicados na depressão e na ansiedade podem ser uma razão pela qual as pessoas com estes distúrbios têm maior probabilidade de desenvolver demência.
Participaram do estudo, 292 pessoas com mais de 55 anos. Durante um período de dois anos, os participantes do estudo responderam a perguntas sobre como eles normalmente pensam sobre experiências negativas, focando nos padrões de pensamentos negativos, como ruminar sobre o passado e preocupação com o futuro. Entretanto, os participantes também completaram questionários de sintomas de depressão e de ansiedade.
Sua função cognitiva foi avaliada, medindo memória, atenção, cognição espacial e linguagem. Assim, um total de 113 participantes também foi submetido a tomografias cerebrais PET, medindo depósitos de tau e de amiloide, duas proteínas que causam o tipo mais comum de demência, a Doença de Alzheimer, quando se acumulam no cérebro.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas que exibiam padrões de pensamentos negativos mais elevados apresentaram mais declínio cognitivo em um período de quatro anos e declínios na memória (que está entre os primeiros sinais da Doença de Alzheimer). O que significa que estas pessoas estavam mais propensas a ter depósitos de amiloide e de tau em seu cérebro.
Depressão e ansiedade foram associadas ao declínio cognitivo subsequente, mas não com a deposição das proteínas amiloide ou tau, sugerindo que a ruminação de pensamentos negativos pode ser a principal razão pela qual a depressão e a ansiedade contribuem para o risco de Doença de Alzheimer.
Os padrões repetitivos de pensamentos negativos podem contribuir para o risco de Alzheimer, por meio de seu impacto em indicadores de estresse, como pressão alta, já que outros estudos descobriram que o estresse fisiológico pode contribuir para a deposição de amiloide e de tau.
Nossos pensamentos possuem um impacto biológico em nossa saúde física, que pode ser positivo ou negativo. Dessa forma, práticas de treinamento mental, como meditação, podem ajudar a regular esquemas mentais associados à eventos negativos.
Cuidar da sua saúde mental é importante e deve ser uma grande prioridade. Pois essa prática não é importante apenas para a saúde e o bem-estar a curto prazo, mas também pode impactar seu eventual risco de demência.
A ligação entre padrões de pensamento negativo repetido e declínio cognitivo e depósitos de proteínas prejudiciais são muito importantes. Embora precisemos de mais investigações para compreender estes mecanismos.
Os pesquisadores esperam descobrir se a redução de pensamentos negativos, possivelmente, por meio do treinamento da atenção plena ou da terapia cognitivo comportamental, pode, por sua vez, reduzir o risco de demência.
Outras pesquisas também estão em andamento para avaliar se intervenções, como a meditação, podem ajudar a reduzir o risco de demência. Estas intervenções poderiam melhorar a qualidade da saúde mental na velhice.
Compreender os fatores que podem aumentar o risco de demência é vital para nos ajudar a melhorar nosso conhecimento sobre esta condição. E desenvolver estratégias de prevenção. Durante estes tempos de instabilidade, é importante ressaltar que a saúde mental pode ser uma engrenagem vital na prevenção e no tratamento da demência; mais pesquisas nos dirão até que ponto.
Referência: Alzheimer’s & Dementia
A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável e progressiva. A maioria das vítimas são pessoas idosas. A doença apresenta sintomas como perda de funções executivas e cognitivas (como a memória), causada pela morte de células cerebrais. O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas existentes, retardando a evolução da doença. Os tratamentos indicados são divididos em farmacológicos e os não-farmacológicos.
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Tags:Ansiedade, depressão, Pensamentos Negativos e Doença de Alzheimer
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