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Insônia e Pesadelos são Sinais de Alerta para Comportamento Suicida

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Emoções, Insônia

Publicado: 13 de outubro de 2017 | Atualizado: 18 de fevereiro de 2019

Um estudo em larga escala conduzido pela Stanford University School of Medicine, na Califórnia, mostrou que insônia e pesadelos podem ser considerados sinais de alerta para comportamento suicida.

A qualidade do sono possui um impacto direto em como nos sentimos no dia seguinte. Um sono ruim pode falhar em promover um descanso emocional durante períodos de estresse, interferindo em como regulamos nosso humor.

Por este motivo, os pesquisadores acreditam que os transtornos do sono podem reduzir o limiar de comportamentos suicidas em adultos jovens, de forma independente da gravidade da depressão.

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Estudos Anteriores

Pesquisas preliminares já haviam sugerido que os transtornos do sono podem conferir risco para comportamentos suicidas. No entanto, estes estudos foram prejudicados por “limitações metodológicas”, incluindo queixas subjetivas, como autorrelato de insônia, fadiga e qualidade do sono ruim como fatores de risco para suicídio.

Além disso, também era preciso um estudo para investigar o sono perturbado como um indicador de risco agudo, usando um índice objetivo de sono entre adultos jovens.

Os Diferenciais deste Estudo

Para este estudo, os pesquisadores aplicaram medidas de sintomas validadas e um período de tempo agudo, para avaliar se essa relação entre transtornos do sono e comportamento suicida responde a queixas objetivas e subjetivas.

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Eles também utilizaram o exame de actigrafia do sono, sendo que o dispositivo foi usado pelos participantes por uma semana. Este exame já foi validado como uma forma precisa de distinção entre padrões de sono-despertar e permitiu aos pesquisadores verificar se uma “variação de humor” esteve associada com ideação suicida e parâmetros do sono.

Como o Estudo foi Realizado

A equipe acompanhou, por 21 dias, indivíduos jovens com idades de 18 a 23 anos, selecionados com base em história de tentativa de suicídio e ideação suicida recente.

O risco de suicídio foi avaliado com base na Beck Scale for Suicidal Ideation (BSS) e na Pierce Suicidal Intent Scale (SIS) e a actigrafia do sono forneceu uma medida objetiva do sono.

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As variáveis analisadas incluíram latência do sono, tempo total adormecido, despertar após início do sono, eficiência e variabilidade do sono, além de variáveis adicionais, como tempo médio na cama, tempo de despertar e frequência de intervalos de cochilos e sono.

Quais Foram os Resultados

Os pesquisadores descobriram que problemas relacionados ao álcool e sintomas depressivos “moderados a graves” eram “comuns” entre os participantes. Pontuações médias na BSS indicaram sintomas moderados de suicídio, com as pontuações máximas no intervalo grave para ideação suicida.

Trabalho em regime de plantão, assim como períodos acordados prolongados, pareceram estar associados com maior variabilidade do sono, determinada com base nos resultados da actigrafia.

Os pesquisadores descobriram que parâmetros de sono alterados, como a variabilidade no tempo de sono, insônia e pesadelos estavam relacionados a pacientes com história de tentativas de suicídio ou ideação suicida.

Os Resultados como Oportunidade para Prevenção do Suicídio

Acreditamos que o estudo do sono possa representar uma oportunidade importante para intervenção e prevenção do suicídio. Estes resultados demonstram que o suicídio é um desfecho prevenível. Mas é necessário prestar atenção nestes sinais de alerta para comportamento suicida, para que sejam utilizadas estratégias de intervenção nesses pacientes.

Os médicos precisam avaliar os sintomas de insônia, variabilidade no tempo de sono e outros parâmetros ao atender pacientes suicidas e discutir hábitos de sono com eles. E, se necessário, prescrever medicações para ajudá-los a dormir melhor.

Adicionalmente, precisamos questionar pacientes com distúrbios do sono sobre possíveis pensamentos suicidas ou variabilidade de humor.

Estes resultados possuem grande utilidade, pois em comparação com outros fatores de risco para suicídio, transtornos do sono são altamente tratáveis, com intervenções breves e de ação rápida, podendo prevenir este desfecho de forma muito eficaz.

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Emoções

Os transtornos emocionais caracterizam-se por disfunções comportamentais e cerebrais, que afetam a saúde psicológica e a qualidade de vida dos pacientes. Distúrbios como depressão, ansiedade, estresse, síndrome do pânico e fobia social estão inclusos nesta categoria. As causas, sintomas, e terapias variam de acordo com a condição. É essencial buscar ajuda especializada para diagnosticar e tratar adequadamente o problema.

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