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Duração do Sono Pode Interferir no Risco de Mortalidade do AVC

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Apneia do Sono, AVC, Conteúdos, Insônia

Publicado: 14 de setembro de 2017 | Atualizado: 18 de fevereiro de 2019

Um novo estudo realizado pelo Sleep Research & Treatment Center, Penn State University College of Medicine em Hershey, Pensilvânia demonstrou que o risco de morte relacionado com doença cardiovascular e cerebrovascular é significativamente maior entre os adultos que dormem menos de seis horas por noite.

Risco de Mortalidade do AVC

Já vimos em outro artigo aqui no site a relação entre apneia obstrutiva do sono e acidente vascular encefálico. Mas os autores deste estudo alertam para a necessidade de maior atenção com pacientes que possuem doença cardiovascular ou história de acidente vascular encefálico, mesmo que eles não apresentem apneia do sono, pois quando existe este padrão de sono curto, o risco de mau prognóstico dessas doenças no longo prazo é multiplicado.

Os Diferenciais Deste Estudo

Em estudos anteriores, o risco de mortalidade do avc em doenças cardiovasculares e acidente vascular encefálico foi relacionado a poucas horas de sono, mas com  base em padrões de sono descritos pelos próprios pacientes, dificultando a previsão do papel do sono na mortalidade.

Aqui, os pesquisadores avaliaram dados polissonográficos objetivos de 1.741 pacientes acompanhados há mais de 16 anos. Para esta avaliação, o termo ‘doença cardiovascular’ foi definido por história de doença cardíaca, incluindo hipertensão ou diabetes, e ‘doença cerebrovascular’ por história de acidente vascular encefálico.

Os Resultados para Doenças Cardiovasculares e Cerebrovasculares

Entre os participantes que dormiram menos de seis horas no laboratório, o risco de mortalidade do avc foi 1,8 vezes maior para aqueles com doença cardiovascular e 2,4 vezes maior para os com história de doença cerebrovascular.

Por outro lado, entre os participantes que dormiram mais de seis horas no laboratório, o risco de mortalidade do avc relacionado com estas doenças não aumentou significativamente.

Os Resultados para Pacientes com Síndrome Metabólica

A mesma equipe realizou outro estudo, publicado on-line no periódico Journal of the American Heart Association, e descobriu que o risco de morte relacionado com a síndrome metabólica também é maior entre os pacientes que dormem pouco.

Para esta pesquisa, 1.344 indivíduos com síndrome metabólica foram acompanhados por ao menos 16 anos, com a duração do sono identificadas por exames polissonográficos.

Entre os participantes, 22% morreram durante o seguimento. A influência da síndrome metabólica e da duração do sono sobre a mortalidade também foi calculada usando modelos de risco proporcional que controlam múltiplos fatores de confusão potenciais.

As taxas de risco de mortalidade associadas à síndrome metabólica foram de aproximadamente 1,29 para indivíduos que dormiam 6 ou mais horas e de aproximadamente 2,10 para indivíduos que dormiam menos de 6 horas.

Curiosamente, esse aumento no risco foi causado, principalmente, pela pressão arterial elevada e pelos componentes de desregulação da glicose, comuns em pacientes com síndrome metabólica.

Compreendendo estes Resultados

Para os pesquisadores, os adultos com doença cardiovascular ou história de acidente vascular encefálico que dormem pouco podem apresentar maior disfunção autonômica e metabólica central.

Por disfunção autonômica, entende-se um distúrbio resultante de alterações no sistema nervoso autônomo, em sua função de regulação automática e involuntária do aparelho cardiovascular, em particular do coração.

E pessoas que dormem pouco também podem apresentar disfunções metabólicas, causadas pelo desequilíbrio no mecanismo central em controlar os níveis de melatonina e cortisol, hormônios que regulam o ciclo sono-vigília, mas também influenciam no metabolismo.

Mas os cientistas acreditam que ainda é necessário realizar ensaios clínicos para testar se o prolongamento do sono pode melhorar o prognóstico desses pacientes em longo prazo.

Você sente que não dorme bem? Entre em contato conosco e venha conhecer o nosso trabalho. Já ajudamos inúmeras pessoas a ter um sono melhor e resgatar sua qualidade de vida.

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Apneia do Sono

A apneia do sono é uma condição caracterizada por pausas na respiração que duram alguns segundos, e que ocorrem diversas vezes durante o sono. Essa doença classifica-se como Apneia Obstrutiva do Sono ou Apneia Central do Sono. Suas causas e tratamentos podem variar, e o ronco é um importante sintoma. O diagnóstico é feito pela avaliação dos sintomas e do exame de Polissonografia.

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