Alguns medicamentos devem ser evitados pelo paciente com Doença de Parkinson, pois eles podem piorar seus sintomas. Tais substâncias são usadas, principalmente, para tratar problemas psiquiátricos e gastrointestinais.
Qualquer medicamento que possa interagir com a dopamina (neurotransmissor que auxilia na execução automática de movimentos voluntários do corpo) pode piorar os sintomas do paciente com Parkinson. Medicamentos comuns que atuam no bloqueio de dopamina são os antipsicóticos (utilizados para tratar alguns transtornos mentais), antieméticos (explicado mais abaixo), entre outros.
Menos frequentemente, certos tipos de bloqueadores de cálcio, anti-hipertensivos, entre outros, também podem interferir nos sintomas de Parkinson.
Os pacientes com Parkinson devem evitar todo antipsicótico típico como o Aldol e a Risperidona. Esse tipo de medicamento agrava e acentua os sintomas do Parkinson. Medicamentos desse tipo, quando consumidos em dose elevada, podem desencadear uma rigidez aumentada em pacientes com Parkinson, podendo dificultar a deglutição e causar problemas como a broncoaspiração e até pneumonia.
Outros medicamentos que devem ser evitados são aqueles que causam Hipotensão Ortostática. Temos como exemplo os alfa-bloqueadores, que são comumente prescritos para problemas de próstata.
O Parkinson é mais comum em pacientes homens e costuma se manifestar em uma idade mais avançada logo os pacientes têm maior probabilidade de apresentar o aumento da próstata. É, portanto, comum que os pacientes com Parkinson recebam prescrição de medicamentos alfa-bloqueadores, aumentando a probabilidade de redução do fluxo sanguíneo no cérebro e causando a Hipotensão Ortostática.
Medicamentos anti-hipertensivos também podem causar Hipotensão Ortostática. Os anti-hipertensivos bloqueadores do canal de cálcio, como por exemplo a Nifedipina, fazem com que a pressão caia muito rápido.
Esse tipo de medicamento também pode acentuar efeitos colaterais de outros medicamentos comumente usados para tratar o Parkinson.
Como os medicamentos do Parkinson podem causar edema (inchaço) nos membros inferiores, se algum outro medicamento acentua esse efeito colateral, aumentam as chances dele acontecer e, caso aconteça, de ter maior intensidade.
A ingestão de vitamina B12 é desaconselhada para os pacientes, pois aumenta a conversão da levodopa/prolopa em dopamina no tubo digestivo. Quando se toma a Vitamina B12 com o levodopa ou prolopa, ocorre grande conversão no tubo digestivo e menos dela chega ao cérebro. Hoje em dia existem medicamentos como a Benserazida que diminuem esse risco.
Os antieméticos (medicamentos para enjôo/vômito, como plasil) têm efeito anti-dopaminérgico, favorecendo o aumento dos sintomas Parkinsonianos (maior rígidez).
Os medicamentos que têm efeito anticolinérgico deixam o paciente mais constipado, com maior dificuldade de urinar e mais confuso. Isso é comum em medicamentos antidepressivos tricíclicos, entre outros.
Como a Doença de Parkinson é uma doença muito complexa em que o paciente tem vários sintomas e comorbidades (quando duas ou mais doenças estão relacionadas), é recomendado checar com um neurologista de sua confiança o benefício do medicamento e o grau de interação com a doença e/ou com outros medicamentos que o paciente já toma.
1 – Pathogenesis-Targeted, Disease-Modifying Therapies in Parkinson Disease. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3899477/
2 – L-Type Calcium Channel blockers and Parkinson’s Disease in Denmark.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2917467/
3 – Continuous intestinal infusion of levodopa/carbidopa in advanced Parkinson’s disease: efficacy, safety and patient selection
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3812765/
4 – Associations between Anticholinergic Burden and Adverse Health Outcomes in Parkinson Disease
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4777375/
5 – Pathogenesis-Targeted, Disease-Modifying Therapies in Parkinson Disease
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3899477/
6 – Patterns and Trends in Antipsychotic Prescribing for Parkinson Disease Psychosis
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3141727/
A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, entre outras funções. Seus sintomas costumam afetar o movimento, e o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, avaliação dos sintomas e alguns exames. O tratamento deve ser individualizado, e comumente exige uma abordagem interdisciplinar.
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