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Sintomas Não Motores na Doença de Parkinson

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Doença de Parkinson

Publicado: 9 de janeiro de 2018 | Atualizado: 18 de fevereiro de 2019

A Doença de Parkinson é conhecida pelas suas alterações motoras, principalmente pela lentificação do movimento e sintomas como a rigidez muscular, tremor de repouso ou instabilidade postural.

No entanto, cada vez mais temos evidências de que também fazem parte do quadro sintomas não motores, como a depressão, os distúrbios do sono ou as alterações cognitivas, que podem ser tão ou mais incapacitantes que as alterações motoras que caracterizam a doença.

Os sintomas não motores podem aparecer durante o curso da doença, complicando a fase avançada, mas são mais comuns na fase pré-motora, geralmente sendo confundidos com outras patologias. Veja a seguir quais são os principais sintomas não motores nestes pacientes.

Check list de sintomas de doença de Parkinson
Um questionário com lista de sintomas que podem estar associados ao Parkinson

Sintomas Não Motores na Doença de Parkinson

Embasamento Científico 

Pesquisadores do Departamento de Neurologia da Universidade Médica de Innsbruck, na Áustria realizaram um estudo de revisão, que fornece uma visão geral do espectro clínico de sintomas não motores na Doença de Parkinson, juntamente com uma breve revisão das opções de tratamento.

Os resultados foram publicados na edição de abril de 2008 da Revista Europeia de Neurologia. Veja a seguir quais são os principais sintomas não motores apontados pelo estudo.

Depressão na Doença de Parkinson

Os transtornos depressivos podem representar a primeira manifestação da doença de Parkinson, anos antes do início dos sintomas motores.

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Uma combinação de disfunção de sistemas relacionados à dopamina e norepinefrina tem sido implicada na patogênese da depressão na doença de Parkinson.

Assim, o perfil de sintomas depressivos nestes pacientes é diferente: eles têm maiores taxas de ansiedade, pessimismo e irracionalidade e menos culpa e tristeza.

Comprometimento Cognitivo na Doença de Parkinson 

Pacientes com Parkinson apresentam maior risco de desenvolver demência quando comparados aos controles saudáveis, sendo que o diagnóstico de demência ocorre, geralmente, após 20 anos após o início da doença.

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Na verdade, mesmo naqueles pacientes com início precoce da doença e nos estágios iniciais, podem ser identificados déficits cognitivos sutis, principalmente com dificuldade de funcionamento executivo frontal.

Distúrbios do Sono

Os distúrbios do início e da manutenção do sono são mais prevalentes nos pacientes com Parkinson, em comparação com a população saudável. Estes distúrbios são caracterizados por uma redução nos estágios do sono REM.

A fragmentação do sono, manifestação mais comum, também pode ser devido aos sintomas motores, disfunção da bexiga, ou a síndrome das pernas inquietas, também prevalente nos pacientes com doença de Parkinson. A apneia do sono, de tipo obstrutivo ou central, foi associada a aproximadamente 20% dos pacientes.

Sintomas Gastrointestinais na Doença de Parkinson

A constipação é uma das queixas mais comuns entre os pacientes com doença de Parkinson. O problema resulta de uma combinação entre o processo neurodegenerativo que afeta a motilidade gastrointestinal e os efeitos de medicamentos dopaminérgicos.

Sintomas Dolorosos na Doença de Parkinson

Entre os sintomas não motores da doença de Parkinson, a dor é frequentemente desconhecida e raramente tratada, sendo uma importante fonte de angústia para estes pacientes.

Quatro diferentes tipos de dor foram categorizados nos parkinsonianos: a dor muscular (devido à rigidez), distônica, radicular-neuropática (devido a lesão radicular, neuropatia focal ou periférica) e dor central.

O reconhecimento e o tratamento desses sintomas representam um novo desafio na gestão da doença de Parkinson, uma vez que eles podem preceder o início dos sintomas motores.

Um cenário no futuro poderia ser o uso de terapias modificadoras da doença o mais rápido possível, a fim de evitar a conversão clínica completa na doença de Parkinson.

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Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, entre outras funções. Seus sintomas costumam afetar o movimento, e o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, avaliação dos sintomas e alguns exames. O tratamento deve ser individualizado, e comumente exige uma abordagem interdisciplinar.

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