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Mais evidências de que Parkinson pode começar no intestino

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Doença de Parkinson

Publicado: 7 de setembro de 2017 | Atualizado: 18 de fevereiro de 2019

Um novo estudo demonstrou mais evidências que apoiam a ideia de que a doença de Parkinson pode começar nos nervos periféricos no intestino e se espalhar para o sistema nervoso central, através do nervo vago. (Mais evidências de que Parkinson pode começar no intestino)

Esta hipótese, conhecida como a teoria de Braak, sugere que a doença inicia no trato digestivo, conduzida por uma proteína tóxica chamada alfa-sinucleína, que é transportada de uma célula a outra até alcançar o centro do movimento do cérebro.

Compreendendo a Hipótese de Braak

Em 2003, o neuropatologista alemão Heiko Braak apresentou uma teoria sugerindo que a doença de Parkinson começa no intestino (Mais evidências de que Parkinson pode começar no intestino) e se espalha até o cérebro, por meio de um transporte ativo de α-sinucleína pelo nervo vagal. Ao se acumular nos neurônios, esta proteína causa as desordens de movimento características na doença de Parkinson.

Check list de sintomas de doença de Parkinson
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Parkinson Pode Começar no Intestino

Esta ideia, apesar de certo ceticismo inicial, despertou curiosidade entre a comunidade científica e passou a ser investigada por mais pesquisadores.

Cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, realizaram experimentos para confirmar esta teoria. Injetando diferentes formas de α-sinucleína em ratos, eles demonstraram que a proteína é transportada através do nervo vagal e atinge o núcleo motor dorsal no tronco cerebral, de maneira dependente do tempo após a injeção na parede intestinal.

A microbiota intestinal e a produção de alfa-sinucleína

O intestino vem sendo alvo de muitos estudos, devido a seu papel importante como barreira contra toxinas. Sabemos que o desequilíbrio da microbiota intestinal compromete esta barreira, aumentando o risco de doenças inflamatórias. Diversas pesquisas também estão sendo realizadas para compreender a relação entre a doença de Parkinson e a prisão de ventre.

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Alguns autores descobriram que a constipação pode ser um fator de risco para a doença de Parkinson. Dessa forma, há uma maior absorção de toxinas prejudiciais ao cérebro, como a proteína alfa-sinucleína.

Também existem teorias sugerindo que certos tipos de microbiota (bactérias que vivem no intestino) levam o cérebro a exagerar na produção de alfa-sinucleína alterada, influenciando, assim, o desenvolvimento neurológico e contribuindo para transtornos neurológicos: as sinucleinopatias, que são caracterizadas pela agregação da proteína α-sinucleína nos neurônios.

Mais evidências que apoiam a hipótese de Braak

Para avaliar ainda mais este mecanismo potencial, os pesquisadores do Karolinska Institutet, Estocolmo, Suécia, analisaram dados de registros nacionais de pacientes, comparando 9430 pacientes com Parkinson que haviam sido submetidos à vagotomia, um tratamento de secção do nervo vago, para diminuir o ácido gástrico, com 377.200 indivíduos da população em geral também submetidos à vagotomia.

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Após o ajuste para fatores como o país de nascimento, doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes mellitus, doenças vasculares, doenças reumatológicas, osteoartrite e índice de comorbilidade, os resultados mostraram que, globalmente, a vagotomia de tronco pode reduzir o risco da doença de Parkinson.

A equipe de pesquisadores acredita que estas descobertas ainda são preliminares, mas fornecem evidências sugestivas adicionais para entender o processo descrito por Braak. E em longo prazo, isto pode dar-nos alvos terapêuticos novos para tentar retardar ou parar a doença em uma fase mais adiantada.

Enquanto isso, como ainda não existem medicamentos que previnam o acúmulo da alfa-sinucleína no cérebro, a prevenção é muito importante. Isto pode ser feito com o consumo adequado de água, o tratamento da constipação e adoção de uma dieta mais orgânica, rica em frutas e verduras.

Parkinson pode começar no intestino

Além disso, consumir alimentos ricos em flavonoides (como as frutas vermelhas) pode ajudar a reduzir o risco de Parkinson, pois estas substâncias inibem a formação de alfa-sinucleína e se ligam à alfa-sinucleína já formada, estabilizando-a.

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Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, entre outras funções. Seus sintomas costumam afetar o movimento, e o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, avaliação dos sintomas e alguns exames. O tratamento deve ser individualizado, e comumente exige uma abordagem interdisciplinar.

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