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Conheça os Principais Distúrbios do Sono no Parkinson

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Apneia do Sono, Conteúdos, Doença de Parkinson, Insônia

Publicado: 26 de outubro de 2021 | Atualizado: 26 de outubro de 2021

Distúrbios do Sono no Parkinson. Para a maioria das pessoas, a noite é um período de descanso e de renovação; no entanto, para muitas pessoas com Doença de Parkinson (DP), a noite muitas vezes traz tudo, menos isso.

Os motivos das dificuldades noturnas são múltiplos e complexos e, até recentemente, não eram bem compreendidos. Felizmente, vários fatores importantes vieram à tona, o que pode permitir uma melhor compreensão e terapias mais eficazes para problemas noturnos na DP.

Neste artigo, Conheça os Principais Distúrbios do Sono que afetam a pessoa com Parkinson e como tratamos a condição.

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Distúrbios do Sono no Parkinson

Até 70% dos pacientes com a Doença de Parkinson podem ter distúrbios do sono que impactam negativamente a qualidade de vida.

Alguns pacientes têm padrões de sono / vigília perturbados, dificuldades para adormecer ou para manter o sono, enquanto outros pacientes podem estar sujeitos a sono diurno repentino e a “ataques involuntários” de sono.

Nos extremos, os pacientes com Parkinson podem apresentar distúrbios de comportamento do sono REM, caracterizados por sonhos vívidos e violentos ou sonhos reencenados, antes mesmo de os sintomas motores aparecem.

Insônia

A insônia está associada a múltiplos fatores que, muitas vezes, estão somados em um mesmo paciente. Algumas pessoas apresentam estruturalmente maior propensão à insônia e quando expostas a condições de estresse, a doenças ou a mudança de hábitos, desenvolvem episódios de insônia.

Esses episódios de insônia podem se perpetuar, principalmente porque o paciente tende a associar suas dificuldades de dormir a uma série de comportamentos: esforço para dormir, permanência na cama só para descansar, elaboração de pensamentos e planejamentos na hora de dormir, atenção às suas preocupações, atenção aos fenômenos do ambiente, como ruídos e pessoas que estão dormindo, havendo sempre uma hipervalorização destes fatos, o que realimenta a insônia.

Apneia Obstrutiva do Sono

A apneia obstrutiva do sono caracteriza-se pela obstrução da via aérea ao nível da garganta durante o sono, levando à uma parada da respiração, que dura em média 20 segundos. Após esta parada no fluxo de ar para os pulmões, o paciente acorda emitindo um ronco muito ruidoso. Essa parada respiratória pode ocorrer várias vezes durante a noite, havendo pacientes que apresentam uma a cada um ou dois minutos.

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Durante a apneia, a oxigenação sanguínea pode cair a valores críticos, expondo o paciente a problemas cardíacos. A apneia obstrutiva do sono ocorre em cerca de 5% da população geral e em 30% dos indivíduos acima dos 50 anos de idade, sendo também mais comum em homens.

Síndrome das Pernas Inquietas

A síndrome das pernas inquietas é a mais comum das doenças do sono, da qual poucos ouviram falar. Afeta cerca de 7% da população e se caracteriza, principalmente, por uma sensação desagradável nas pernas, profunda, nos ossos, às vezes, como se fosse uma coceira ou friagem, choque, formigamento e, eventualmente, dor. Esses sintomas são acompanhados de uma sensação de angústia e imensa necessidade de mover as pernas, ou ainda de: massageá-las, alongá-las ou mesmo espancá-las em algumas situações.

Os sintomas ocorrem principalmente na hora de se deitar, mas podem ocorrer em qualquer momento em que o indivíduo fica parado (sentado ou deitado), seja para descansar ou para qualquer outra atividade que não exija movimentos. Os sintomas da síndrome das pernas inquietas podem ser tão intensos que o paciente não consegue iniciar o sono.

Causas para os Distúrbios do Sono no Parkinson

Um estudo publicado no Journal of Parkinson’s Disease discute as causas subjacentes dos problemas do sono na Doença de Parkinson, bem como, uso de medicamentos, patologia da doença e comorbidades decorrentes dela, além de descrever ferramentas de diagnóstico e opções de tratamento mais adequadas.

Os processos neurodegenerativos dentro dos circuitos cerebrais reguladores do sono, o uso de medicamentos antiparkinsonianos (por exemplo, levodopa e agonistas da dopamina) e medicação concomitante (por exemplo, antidepressivos), bem como, comorbidades ou outros sintomas não motores (como depressão) são discutidos como os principais fatores que causam os distúrbio do sono na Doença de Parkinson.

“O diagnóstico, o tratamento e a gestão destes problemas de maneira eficaz são essenciais para melhorar a qualidade de vida e reduzir a institucionalização desses pacientes”, afirma o neurologista Willian Rezende do Carmo, CRM-SP 160.140.

Manifestações dos Distúrbios do Sono no Parkinson

A principal manifestação de um problema crônico de sono é a sonolência diurna exagerada. As primeiras manifestações dos distúrbios do sono são as alterações do humor e as alterações de memória e das capacidades mentais (cognitivas), como aprendizado, raciocínio e pensamento.

Para alguns, basta uma noite mal dormida para que a pessoa esteja mal no dia seguinte, principalmente menos tolerante, irritadiça e com dificuldades de memória, podendo surgir também dor de cabeça. Um sintoma muito característico do distúrbio de sono é o ronco. O ronco ainda hoje é interpretado popularmente como sinal de que o indivíduo dorme bem, mas é justamente o contrário.

“Quem ronca está esforçando sua musculatura respiratória para além de seus limites e está sobrecarregando o coração de trabalho. Ao longo do tempo, o indivíduo que ronca pode ficar hipertenso e/ou apresentar infarto do miocárdio ou derrame cerebral.

Quem ronca pode ter apneia obstrutiva do sono, e outros indícios desta doença podem ser obesidade, prejuízo de memória, dificuldade de raciocínio, diminuição da libido, disfunção erétil (impotência), pescoço grosso, circunferência abdominal elevada, boca pequena, queixo para trás, amígdalas grandes”, explica o neurologista.

Tratamento

O tratamento dos distúrbios do sono em pacientes com DP geralmente começa com a otimização da terapia antiparkinsoniana (dopaminérgica), seguida pelo tratamento específico de cada um dos distúrbios do sono.

O sono normal ou seus distúrbios estão associados ao bom ou ao mau funcionamento cerebral, respectivamente, e o neurologista conhece profundamente a anatomia, a fisiologia, a fisiopatologia e a clínica do sistema nervoso.

Outros especialistas que podem cuidar da insônia são os psiquiatras. A apneia do sono também pode ser cuidada por pneumologistas e otorrinolaringologistas com treinamento em distúrbios do sono.

Referência: Journal of Parkinson’s disease

Artigo Publicado em: 21 de fev de 2016 e Atualizado em 08 de dezembro de 2020

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Apneia do Sono

A apneia do sono é uma condição caracterizada por pausas na respiração que duram alguns segundos, e que ocorrem diversas vezes durante o sono. Essa doença classifica-se como Apneia Obstrutiva do Sono ou Apneia Central do Sono. Suas causas e tratamentos podem variar, e o ronco é um importante sintoma. O diagnóstico é feito pela avaliação dos sintomas e do exame de Polissonografia.

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