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O que é Demência Frontotemporal (DFT)? Entenda

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Memória / Alzheimer

Publicado: 5 de novembro de 2024

Demência Frontotemporal, representada pela sigla DFT, trata-se de uma condição rara, progressiva e degenerativa caracterizada por afetar as áreas frontais e temporais do cérebro, e provocar alterações na personalidade e problemas de linguagem.

Conceito de Demência Frontotemporal

Primeiramente, é considerado demência tudo que leva o cérebro a perder permanentemente suas capacidades cognitivas, especialmente se for progressiva (como no caso de Alzheimer), abrupta (quando a pessoa sofre traumas cerebrais) ou vascular (após pequenos AVCs).

Enquanto isso, a demência frontotemporal trata-se de um termo genérico para um conjunto de condições cerebrais que afetam os lobos frontais e temporais, comprometendo aspectos de comportamento, linguagem e personalidade após a atrofia da área atingida.

E diante do que foi exposto, há possibilidade de diagnósticos equivocados, por isso, é importante estar ciente de que a DFT se difere da Doença de Alzheimer (DA), respectivamente, em relação à(ao):

  • Características dos sintomas: conhecida por afetar comportamento e linguagem, e ignorar as vontades das pessoas ao redor, enquanto a principal característica da DA é a perda de memória, com possibilidade de igualmente impactar linguagem e orientação no espaço e tempo;
  • Idade de início: no primeiro caso, comumente atinge a faixa etária média dos 50 anos (entre 40 e 65), enquanto a DA tipicamente envolve o público com mais de 65 anos;
  • Velocidade de progressão: a DFT evolui rapidamente, enquanto a Doença de Alzheimer tem uma progressão mais lenta quando comparadas.

Tipos de Demência Frontotemporal

Entre os tipos de DFT destacam-se, fundamentalmente, as variantes:

  • Afasia primária progressiva: está relacionada à perda de linguagem até evoluir de forma expressiva em relação à capacidade de compreender (fala e escrita) e expressar-se (escrita ou verbalmente);
  • Demência semântica: impacta a fala e compreensão, em que o indivíduo apresenta dificuldade para encontrar palavras adequadas, diminuição do vocabulário e incapacidade para compreender o significado das palavras;
  • Progressiva não fluente: conhecida por afetar a fala e linguagem, fazendo com que a pessoa tenha dificuldade para produzir frases completas, repetir frases ou palavras constantemente, ou dificuldade para compreender a linguagem.
  • Comportamental: quando acomete os lobos pré-frontais e frontais, responsáveis pelo tato social, em que a pessoa começa a apresentar alterações comportamentais significativas, tais como, agir de modo diferente ao esperado (normas sociais), apática e sem ter iniciativa.

Sintomas

Os sintomas da demência frontotemporal tendem a variar de acordo com a região afetada e o tipo de quadro, mas, de um modo geral, estão associados às alterações de comportamento, cognição e personalidade, incluindo:

  • Agitação;
  • Agressividade;
  • Apatia;
  • Aumento do consumo de alimentos ou bebidas (mudança nos hábitos alimentares);
  • Comportamento impulsivo;
  • Comportamento social inapropriado ou inadequado;
  • Declínio de higiene pessoal;
  • Desinibição;
  • Desrespeito pelas normas sociais
  • Dificuldade em compreender a linguagem;
  • Dificuldade em julgar, solucionar problemas ou tomar decisões;
  • Dificuldade para encontrar as palavras certas;
  • Dificuldade para realizar tarefas cotidianas;
  • Falta de empatia;
  • Hesitação para expressar-se verbalmente;
  • Incoordenação motora;
  • Mudanças frequentes de humor;
  • Perda de vocabulário;
  • Problema de equilíbrio;
  • Problema de memória recente;
  • Repetição de ações ou perguntas;
  • Rigidez muscular;
  • Vontade de colocar objetos na boca.

Diagnóstico

Em relação ao diagnóstico, o principal ponto é buscar a ajuda de um médico especialista em Neurologia após pessoas do convívio identificarem mudanças expressivas como as que foram mencionadas.

No atendimento, é feito um rastreio clínico, em que o paciente precisa apresentar ao menos três de seis características da demência frontotemporal:

  • Apatia / inércia: não tem iniciativa ou interesse, e tende a ficar parada;
  • Comportamentos compulsivos / perseverantes: apresenta essa característica mesmo que não haja justificativa para tal, repetindo a ação;
  • Desinibição: tanto em relação à socialização quanto do aspecto sexual;
  • Hiperoralidade: passa a colocar tudo na boca, mesmo diante de situações inesperadas;
  • Perda de empatia e simpatia: não consegue se colocar no lugar do próximo nem demonstrar reação (sentimentos positivos ou negativos) por outra pessoa;
  • Perfil disexecutivo: apresenta dificuldade para executar tarefas.

O profissional pode fazer uma avaliação neuropsicológica, em que testes cognitivos são providenciados para verificar a reação do paciente em relação às capacidades de linguagem, memória, execução de tarefas e compreensão de sarcasmo, por exemplo.

Além disso, é possível solicitar exames de imagem para confirmar o diagnóstico de demência frontotemporal, tais como, PET Scan (analisa a atividade metabólica na região frontotemporal) e ressonância magnética cerebral (para verificar sinais de atrofia dos lóbulos frontais ou lobos temporais), e exames de líquor e laboratoriais (para descartar demais quadros).

Em posse dos resultados, o médico especialista em Neurologia consegue estudar cada caso e confirmar ou não o diagnóstico de Demência Frontotemporal, diferenciando de uma DA, orientando sobre as melhores opções para gerenciar os sintomas apresentados, uma vez que não tem cura, prezando pelo bem-estar do paciente, o que pode acontecer por meio de medicamentos, terapia ocupacional e mudanças de hábitos, por isso, não hesite em agendar o seu horário!

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Memória / Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável e progressiva. A maioria das vítimas são pessoas idosas. A doença apresenta sintomas como perda de funções executivas e cognitivas (como a memória), causada pela morte de células cerebrais. O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas existentes, retardando a evolução da doença. Os tratamentos indicados são divididos em farmacológicos e os não-farmacológicos.

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