200 anos da Doença de Parkinson: No dia 11 de abril de 2017 , comemoramos 200 anos da doença de Parkinson. Mas em 2017, a Celebração foi Especial. Também se completam 200 anos da primeira Descrição da Doença de Parkinson, feita por James Parkinson, que a nomeou inicialmente de “paralisia agitante”.
A Doença de Parkinson ou Mal de Parkinson só recebeu o nome do seu descobridor anos mais tarde, quando Dr. Jean Martin Chacot, renomado neurologista francês, continuou os estudos de James Parkinson e alcançou avanços no diagnóstico.
Apesar dos 200 anos da Doença de Parkinson ou Mal de Parkinson, ainda não descobrimos a Cura para a Doença, mas já alcançamos grandes avanços no tratamento. Para avaliar os avanços científicos em relação à melhora na vida dos parkinsonianos, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) lançou nesta semana a
“Campanha Nacional da Doença de Parkinson – 200 anos de história e conhecimento”.
E nós queremos compartilhar com você algumas destas conquistas.
A doença de Parkinson é causada pela degeneração das células cerebrais localizadas na substância negra, a região do cérebro responsável por produzir a dopamina, o neurotransmissor que, entre outras funções, atua no controle da motricidade. A falta de dopamina afeta os movimentos corporais, provocando a lentidão e o tremor.
No entanto, sintomas como dificuldade para realizar movimentos simultâneos, rigidez muscular, lentidão de movimentos, alterações da marcha e do equilíbrio, declínio cognitivo e alterações do sono, depressão e problemas gastrointestinais também podem ocorrer.
No começo do século XX, um cientista percebeu que a substância negra de pessoas com Parkinson estava atrófica e esmaecida. Ao analisar essas células ao microscópio, constatou que estavam em processo de degeneração.
Essa foi a primeira observação científica sobre o mecanismo da doença, e a função dessas células ainda era desconhecida. Em aproximadamente 40 anos, foi descoberto que elas fabricam a dopamina, possibilitando tratamentos cada vez melhores.
Mesmo com 200 anos da Doença de Parkinson ou Mal de Parkinson, o diagnóstico da doença de Parkinson é feito por exclusão, ou seja, através de exames clínicos e de imagens, e da história clínica do paciente, eliminamos a existência de qualquer outra doença cerebral.
Ainda não temos métodos específicos para identificar a degeneração da substância negra, mas já podemos contar com exames que nos aproximam dessa hipótese diagnóstica.
Com a Ultrassonografia Transcraniana (Doppler Transcraniano SP), por exemplo, podemos constatar a hiperecogenicidade da substância negra e Doppler Transcraniano da substância negra, condição presente em 90% dos doentes de Parkinson, e que pode ser observada até mesmo na fase pré-clínica da doença, em indivíduos que apresentam apenas sintomas não motores.
Temos o teste com a cintilografia cerebral com TRODAT que auxilia a detectar o deficit dopaminérgico, tão característico das síndromes Parkinsonianas e mais recentemente também temos a ressonância nuclear magnética de 3 Teslas que permite visualizar o apagamento precoce da nigrossomos da substancia negra, que também está relacionada com a doença de Parkinson.
Além disso, estão sendo desenvolvidas tecnologias para identificar a doença de Parkinson através de exame de sangue.
Um estudo publicado na respeitada revista online Neurology descobriu que a presença da proteína Neurofilamento de Cadeia Leve na corrente sanguínea indica a morte das células cerebrais.
Se realizado nas fases iniciais da doença, este teste sanguíneo pode diferenciar a doença de Parkinson dos distúrbios parkinsonianos atípicos, um conjunto de patologias neurológicas com sintomas semelhantes.
A descoberta de que a falta de dopamina é a causa da doença de Parkinson possibilitou traçar uma estratégia multidisciplinar para o tratamento, combatendo os sintomas.
O tratamento farmacológico, realizado com a Levodopa ou L-Dopa, que se transforma em dopamina no cérebro, supre parcialmente a falta desse neurotransmissor. Outros medicamentos podem complementar o tratamento, para combater os sintomas e também para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Outro aspecto importante do tratamento é a neuroproteção. Até pouco tempo, não era possível impedir a degeneração das células dopaminérgicas. Mas já sabemos que manter hábitos saudáveis e estimular constantemente o cérebro favorecem nossos mecanismos de neuroproteção através da neuroplasticidade. A atividade física é algo que todos nós podemos fazer como medida de prevenção.
Falta de medicamentos e dificuldade de acesso: problemas do SUS
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) atestam que cerca de 1% da população mundial acima de 65 anos é portador da Doença de Parkinson. A prevalência estimada é de 100 a 200 casos por 200 mil habitantes. No Brasil, são poucas estatísticas, mas estima-se que 200 mil pessoas sofram da doença.
Novas drogas estão em estudo, algumas já no mercado, como a rasagilina, um inibidor da monoamina oxidase que potencializa a levodopa e pode interferir na evolução da doença. Existem outras não-dopaminérgicas que visam melhorar os sintomas sem os movimentos involuntários anormais, como a istradefilina.
“Outra abordagem é a terapia genética, uma vez que se sabe da existência de genes que influenciam a doença. Neste sentido, há tentativas de modificação genética visando mudar ou alterar os mecanismos celulares envolvidos na degeneração celular, em fase experimental e ainda sem aplicabilidade clínica. Existem, ainda, estudos com células-tronco em andamento, mas não se conhece exatamente como elas poderiam refazer certas conexões neurais”
A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, entre outras funções. Seus sintomas costumam afetar o movimento, e o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, avaliação dos sintomas e alguns exames. O tratamento deve ser individualizado, e comumente exige uma abordagem interdisciplinar.
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