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Terapia de reprogramação celular transforma astrócitos em neurônios dopaminérgicos

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Doença de Parkinson

Publicado: 23 de junho de 2017 | Atualizado: 18 de fevereiro de 2019

No cérebro de indivíduos com Parkinson, os neurônios produtores de dopamina sofrem um processo de degeneração.

Isso causa um déficit de dopamina no organismo, levando a sintomas como tremores, desequilíbrio e alterações de humor, além de distúrbios cognitivos, neuropsiquiátricos e do sono, que são particularmente associados à redução do bem-estar nesses pacientes.

Neste artigo, vamos compreender melhor como a terapia de reprogramação celular pode ser uma possibilidade de tratamento para a doença.

Check list de sintomas de doença de Parkinson
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Abordagens terapêuticas atuais

Os tratamentos da doença de Parkinson atualmente concentram-se em medicamentos para repor a dopamina que deixa de ser produzida, ou em técnicas cirúrgicas que bloqueiam os impulsos nervosos que causam os sintomas. Contudo, essas abordagens terapêuticas não previnem a progressão da doença.

Alguns estudos investigaram a possibilidade de terapias de reposição celular, que consistem em transplantar no cérebro os tipos de células afetadas pelo processo patológico, neste caso os neurônios produtores de dopamina. No entanto, vários obstáculos surgiram a essa ideia.

Produzindo novos neurônios dopaminérgicos

Pesquisadores do Departamento de Bioquímica Médica e Biofísica do Instituto Karolinska, na Suécia, conduziram um estudo com o objetivo de manipular a expressão gênica de células não neuronais no cérebro, para produzir novos neurônios dopaminérgicos. O estudo, realizado em ratos e células humanas, foi publicado na revista científica Nature Biotechnology.

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As descobertas deste estudo podem abrir caminho para uma terapia que interrompa a progressão da doença, convertendo células não-neuronais, chamadas células gliais, em novos neurônios dopaminérgicos para substituir aqueles que foram perdidos ou danificados, ao invés de apenas repor a dopamina ou controlar os sintomas da doença.

Como o estudo foi realizado

A equipe de pesquisa teve como alvo as células gliais, designadas de astrócitos. Os astrócitos são células em forma de estrela, que cercam neurônios no cérebro, cuja função é proteger, alimentar e apoiar os neurônios e sua atividade no cérebro.

Usando um conjunto de moléculas, foi possível “instruir” os astrócitos de camundongos a se tornarem neurônios dopaminérgicos. Em seguida, os especialistas implantaram estas novas células em ratos domésticos geneticamente modificados para apresentarem a doença de Parkinson.

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Como resultado, os pesquisadores verificaram que os astrócitos dos roedores foram transformados em células funcionais de dopamina e também houve uma redução significativa nos sintomas da doença.

A equipe também realizou experimentos em astrócitos humanos, em laboratório, comprovando ser possível convertê-los em neurônios dopaminérgicos funcionais. Isto aumenta a possibilidade de tratamento para as pessoas Parkinson.

Resultados e próximos passos

Os resultados sugerem que, ao invés de transplantar neurônios para os cérebros dos pacientes com Parkinson, pode ser melhor ativar certos genes em células cerebrais existentes, para transformá-las em neurônios dopaminérgicos.

Esta terapia de reprogramação celular pode ser uma estratégia alternativa para o tratamento da doença de Parkinson, permitindo a realização de terapias clínicas para estes pacientes.

Os pesquisadores acreditam que no futuro, seja possível administrar genes e moléculas pequenas, ao invés de células, para substituir os neurônios dopaminérgicos perdidos na doença de Parkinson.

Para isto, os próximos passos incluem melhorar a eficiência da técnica, desenvolvendo sistemas para atingir seletivamente os astrócitos estriados humanos in vivo, e também garantir a segurança e a eficácia desta terapia em seres humanos.

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Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, entre outras funções. Seus sintomas costumam afetar o movimento, e o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, avaliação dos sintomas e alguns exames. O tratamento deve ser individualizado, e comumente exige uma abordagem interdisciplinar.

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