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Como Saber se Tenho Dor Neuropática?

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Doença de Parkinson, Dor Neuropática

Publicado: 30 de janeiro de 2018 | Atualizado: 7 de julho de 2020

A Dor Neuropática é uma síndrome crônica dolorosa, iniciada ou causada por alguma lesão ou disfunção do sistema nervoso central, periférico ou por trauma (dor fantasma). Neste artigo, vamos conhecer melhor o que é este sintoma e como identificamos o problema.

Como Saber se Tenho Dor Neuropática?

O desenvolvimento de ferramentas de triagem simples utilizando questionários (DN4, escala de dor de Leeds, LANSS, entre outros) ajudou a realizar grandes inquéritos epidemiológicos em diferentes países. Com a ajuda das informações coletadas foi estimado que a dor neuropática afeta por volta de 7% a 10% da população (sendo mais comum em mulheres e em pessoas com mais de 50 anos), tendo um grande impacto na qualidade de vida.

A dor neuropática pode estar associada a sinais sensoriais anormais clinicamente caracterizados por:

  • Dor espontânea: contínuo (frequentemente relatada como queimação contínua) ou paroxismos (espasmo agudo ou convulsão);
  • Dor evocada: em alodínia (estímulos sensoriais que normalmente não provocam dor) ou hiperalgesia (aumento excessivo do estímulo doloroso).

Em alguns pacientes, a lesão nervosa desencadeia alterações nos neurônios nociceptivos (neurônios receptores de estímulos agressivos que transmitem a informação para o sistema nervoso central onde é interpretada como dor) que se tornam anormalmente sensíveis e desenvolvem atividade espontânea patológica. Esse fenômeno pode levar a dores espontâneas, dor aguda, assim como hiperalgesia ao calor ou frio.

Causas para a Dor Neuropática:

  • Diabetes;
  • Herpes;
  • Distúrbio do nervo trigêmeo;
  • Medicamentos;
  • Infecção;
  • Câncer (podendo ser efeito colateral da quimioterapia);
  • Doenças neuropáticas compressivas, como a radiculopatia;
  • HIV;
  • Hepatite C;
  • Doenças do sistema nervoso central (após um AVC, encefalite, entre outras);
  • Lesão traumática ou pós cirúrgica;
  • Amputação de um membro (dor fantasma);
  • Doença vascular que acomete o nervo.

As mais comuns são: neuropatia diabética, neuralgia pós-herpética, neuralgia do trigêmeo, radiculopatia cervical e lombar e polineuropatias medicamentosas e infecciosas.

Sinais e Sintomas de Dor Neuropática:

  • Formigamento;
  • Pontadas;
  • Choques;
  • Sensações de calor ou queimação;
  • Alodínea;
  • Hiperalgia;
  • Paroxismo;
  • Rubor (vermelhidão);
  • Frio doloroso;
  • Dormência;
  • Coceira;
  • Hipoestesia ao toque (sensação reduzida).

A melhor forma de saber se uma dor é de origem neuropática ou de outra origem é com um bom exame neurológico clínico completo, com testes de sensibilidade, reflexos e força e detalhamento da dor no histórico. Associado a avaliação de outras possíveis dores associadas ao processo. Por isso, busque sempre o neurologista da sua confiança para ter o correto diagnóstico da sua dor.

Assista ao vídeo abaixo e saiba mais sobre as causas para a dor neuropática:

Fontes:

1 – Peripheral neuropathic pain: signs, symptoms, mechanisms, and causes: are they linked?. L. A. Colvin, P. M. Dougherty. BJA: British Journal of Anaesthesia, Volume 114, Issue 3, 1 March 2015, Pages 361–363, https://doi.org/10.1093/bja/aeu323

2 – Mechanisms of neuropathic pain. D. Bridges S. W. N. Thompson A. S. C. Rice. BJA: British Journal of Anaesthesia, Volume 87, Issue 1, 1 June 2001, Pages 12–26, https://doi.org/10.1093/bja/87.1.12

3 – Neuropathic pain: a clinical perspective. R. Baron. Handb Exp Pharmacol. 2009;(194):3-30. doi: 10.1007/978-3-540-79090-7_1. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19655103

4 – Neuropathic pain. L. Colloca, T. Ludman, D. Bouhassira, R. Baron, A. H. Dickenson, D. Yarnitsky, R. Freeman, A. Truini, N. Attal, N. B. Finnerup, C. Eccleston, E. Kalso, D. L. Bennett, R. H. Dworkin, and S. N. Raja. Nat Rev Dis Primers. 2017 Feb 16; 3: 17002. Published online 2017 Feb 16. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5371025/

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Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, entre outras funções. Seus sintomas costumam afetar o movimento, e o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, avaliação dos sintomas e alguns exames. O tratamento deve ser individualizado, e comumente exige uma abordagem interdisciplinar.

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