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Parkinson e Melanoma – Novas Evidências desta Relação

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Doença de Parkinson

Publicado: 5 de janeiro de 2018 | Atualizado: 18 de fevereiro de 2019

Um novo estudo publicado na edição de julho da Mayo Clinic Proceedings confirmou a relação bidirecional entre melanoma, um perigoso tipo de câncer de pele, e a doença de Parkinson.

Segundo os resultados, pacientes com doença de Parkinson têm cerca de 4 vezes maior risco de desenvolver melanoma, assim como os pacientes com melanoma têm um risco semelhante de desenvolver Parkinson.

O Melanoma – Saiba Mais

Melanoma é um tumor maligno, que se origina a partir dos melanócitos. Estas células da nossa pele produzem melanina, uma substância que confere pigmento ao nosso corpo. Este tipo de câncer acontece quando há um erro no funcionamento destas células.

Check list de sintomas de doença de Parkinson
Um questionário com lista de sintomas que podem estar associados ao Parkinson

A principal causa ainda é o excesso de exposição aos raios UV, que podem ser da luz solar ou também das câmaras de bronzeamento artificial. Outros fatores de risco incluem a pele clara, certos tipos de pintas e imunidade baixa.

A Relação entre Doença de Parkinson e Melanoma

Mesmo que a comunidade médica ainda não compreenda totalmente a associação entre as doenças, inúmeras pesquisas estão sendo realizadas com este objetivo. Em uma breve pesquisa pela literatura científica sobre o tema, encontramos estudos realizados recentemente e também alguns mais antigos.

Dentre eles, um artigo publicado em 1977 no Journal of Neurology já discutia a relação entre o uso de levodopa pelos pacientes com Parkinson e o risco de melanoma. A hipótese deste artigo está no fato de que, tanto a dopamina quanto a melanina possuem a dihidroxifenilalanina (a levodopa) como um intermediário comum em sua biossíntese.

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Mesmo que ensaios clínicos randomizados e estudos prospectivos subsequentes não tenham confirmado esta teoria, vários outros estudos já encontraram um risco aumentado de melanoma em pacientes com Parkinson.

Um estudo prospectivo norte-americano, publicado no periódico Mov Disord em 2014, apontou um risco de desenvolver melanoma maior do que o esperado e semelhante ao risco relatado em estudos anteriores de ensaios clínicos comparáveis.

Resultados Recentes sobre a Relação entre Melanoma e Parkinson

Este novo estudo, da Mayo Clinic em Rochester, Minnesota, analisou o histórico médico dos pacientes no município local de Olmsted, no estado americano de Minnesota. Os pesquisadores chegaram às seguintes conclusões: Parkinsonianos estão 3.8 vezes mais propensos a desenvolver melanoma e pacientes com melanoma possuem um risco 4.2 vezes maior de desenvolver a doença de Parkinson.

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Na primeira parte do estudo, os pesquisadores identificaram 974 casos de doença de Parkinson, diagnosticados entre 1976 e 2014, e examinaram a prevalência de melanoma nesses pacientes, em comparação com um grupo controle de 2.922 pacientes que não apresentavam Parkinson. A equipe encontrou 32 casos totais de melanoma entre os pacientes com Parkinson e 63 casos no grupo controle.

Os autores também observam que a maioria dos melanomas nos pacientes com Parkinson foram diagnosticados antes do diagnóstico ou tratamento da doença de Parkinson. Isso pode ser um argumento convincente para uma associação genética entre ambas as doenças, argumentando contra o papel da levodopa no aumento do risco de melanoma.

Nosso Papel Frente a estes Resultados

Os cientistas aproveitam estes resultados para reforçar o alerta aos médicos que acompanham os pacientes com Parkinson, assim como os especialistas que tratam de pacientes com câncer de pele, da importância de observar o surgimento de sintomas da outra enfermidade em seus pacientes.

No campo de pesquisa, o objetivo agora é identificar quais fatores, como respostas imunológicas, exposições ambientais e genes, podem conectar a doença de Parkinson e os melanomas.

Sabemos que a vigilância extra não pode diminuir o risco de melanoma, mas pode afetar o seu prognóstico, através da detecção precoce, já que o andamento da doença está claramente ligado ao estágio em que ela se encontra no início do tratamento.

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Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, entre outras funções. Seus sintomas costumam afetar o movimento, e o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, avaliação dos sintomas e alguns exames. O tratamento deve ser individualizado, e comumente exige uma abordagem interdisciplinar.

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