Lisdexanfetamina ou Venvanse, como é comercialmente conhecida, é o principal medicamento indicado para tratamento de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) que temos conhecimento, mas existem outros usos, como vamos abordar neste artigo.
Além da sua principal indicação e das demais possibilidades de uso, neste conteúdo, igualmente vamos explicar detalhes sobre apresentações, eficácia e duração, efeito no corpo, inclusive os colaterais, relação com outras drogas e possibilidade de dependência.
Como mencionado, a principal indicação da lisdexanfetamina é para tratamento do TDAH, uma vez que a molécula foi criada para tal finalidade. Essa é uma condição caracterizada pela dificuldade da pessoa em manter a atenção, e iniciar e concluir tarefas sem esquecer ou perder o foco. Ou indivíduos que são hiperativos, agitados, inquietos, impulsivos, o que leva a começarem uma ação sem concluir a anterior.
Mas, posteriormente, foi identificada a possibilidade de ser usada para casos de transtorno compulsivo alimentar, de moderado a grave, como consta na bula. Esses pacientes são conhecidos por consumir uma quantidade de alimento superior ao da maioria das pessoas em determinado período e circunstâncias semelhantes. E diante desse episódios, ele até identifica que perdeu o controle e sente-se mal por isso.
Além dessas indicações, a lisdexanfetamina possui outras, que são chamadas de off-label, ou seja, é usada na prática clínica, entretanto, não possui descrição na bula, como para uso diante de casos de narcolepsia (sonolência excessiva), hipersonolência diurna, fadiga crônica, fibromialgia e emagrecimento.
A lisdexanfetamina pode ser encontrada em forma de 30 mg, 50 mg e 70 mg, apresenta duração de 10h, aproximadamente, e com dosagem máxima de 70 mg por dia.
Além de ser possível manipular e contar com doses intermediárias, como as de 10 mg e 20 mg, que costumam ser receitadas para pacientes sensíveis ao medicamento, especialmente diante da necessidade de subir a dose até chegar à uma dosagem terapêutica.
A eficácia do Venvanse é de redução de 40% dos sintomas do TDAH, especialmente em relação à inatenção e ao comportamento nas tarefas quando comparado com o placebo.
Isso porque em estudos comparativos entre o Venvanse e placebo, identificaram que esses pacientes medicados apresentam cerca de 40% menos dificuldade para manter a atenção nas coisas e um comportamento de executar corretamente e concluir tarefas.
No caso do transtorno compulsivo alimentar, as proporções identificadas em quem apresenta recaídas foram de 3,7% para os medicados e de 32% de recaídas para quem usou placebo, o que igualmente nos leva a uma eficácia comprovada significativa.
Em relação ao efeito no corpo, é possível observá-lo após um período de 1h e 2h depois da ingestão do medicamento, variando se é tomado em jejum, em que o início é rápido, ou após o consumo de alimentos com proteínas, em que demora mais.
Outra variável em relação ao efeito é o metabolismo de cada pessoa, uma vez que os metabolizadores rápidos conseguem transformar a lisdexanfetamina em anfetamina rapidamente, fazendo com que dure cerca de 6h. E nesses casos, o médico especialista em Neurologia tende a recomendar o uso da medicação a cada 6h, o que permite uma cobertura total de 12h.
Além disso, é possível observar casos de efeito no corpo do que chamamos de “Venvanse Crash”, em que há sensação de perda do efeito e da energia de forma abrupta, deixando o paciente com dificuldades ao longo do dia e até incapacitado, o que acontece, principalmente, diante de doses altas de uma vez.
Sobre a eficácia, estudos apontam que é observada ao longo de dois anos, assim como há redução dos efeitos colaterais, como perda de apetite e peso. Essas são informações importantes porque é comum os pacientes observarem uma melhora no primeiro mês e, depois, acharem que houve uma queda de energia, dando a sensação de que a lisdexanfetamina não funciona.
Mas, na maioria dos casos, continua funcionando mesmo após o período de dois anos em que já houve estudos, logo, não há perda da sua eficácia a longo prazo.
Apesar de serem poucos e, geralmente, bem tolerados, precisamos citar os efeitos colaterais do Venvanse, que não resultam em uma desistência por parte da maioria dos pacientes que o utilizam.
Entre eles destacam-se diminuição do apetite (50% dos pacientes) e peso (18%); dores de cabeça (5%); insônia (13%), inclusive inicial (8%); irritabilidade (8%); náuseas (6%); psicose, principalmente em que já teve ou apresenta vulnerabilidade (1%) e tiques (4%).
Do mesmo modo que podem ser observados efeitos cardiovasculares, especialmente no início do tratamento, em que é possível identificar um leve aumento da frequência cardíaca, cerca de 10 bpms da linha de base.
Em relação ao álcool, durante o efeito da lisdexanfetamina, os seus efeitos são aumentados, há mudança no efeito do medicamento e produção de outros metabólicos psicoativos, dando a sensação de que a pessoa é “fraca para bebida”. Mas se a ingestão é feita após o término do efeito, não são identificados maiores problemas.
Os riscos de dependência são um temor das pessoas, no entanto, no caso da lisdexanfetamina, não há dependência química quando é utilizada conforme a prescrição médica ou orientação de bula, respeitando a dosagem máxima de 70 mg / dia.
O que pode acontecer é uma síndrome de descontinuidade, fazendo com que o paciente não tenha a energia esperada caso tivesse tomado o medicamento.
Apesar do receio, estudos apontam que a lisdexanfetamina não atua como “porta de entrada” para outras drogas nem aumenta ou diminui a frequência ou dosagem do seu uso. Do mesmo modo que pessoas que fazem uso de drogas não apresentam alteração em relação à busca de utilização do medicamento.
Mas isso não significa que não deva fazer o uso da Lisdexanfetamina ou do Venvanse sem o devido acompanhamento médico, principalmente de um especialista em Neurologia, então, não hesite em agendar uma consulta para que possamos focar na sua qualidade de vida e no seu bem-estar!
Agende sua Consulta!
Tags:Lisdexanfetamina, Tratamento de TDAH, Venvanse
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