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A Doença de Alzheimer pode Causar Dor?

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Dor, Memória / Alzheimer, Neurologia Geral

Publicado: 13 de agosto de 2019 | Atualizado: 13 de agosto de 2019

A Doença de Alzheimer pode Causar Dor? Os pacientes que enfrentam a doença de Alzheimer, bem como os portadores de outros tipos de demência, podem experimentar dores físicas pelas mesmas razões que as pessoas saudáveis. Mapear essas dores, no entanto, pode ser um desafio.

Isso porque pessoas saudáveis geralmente não têm dificuldade em retratar a própria dor, sua localização, intensidade, duração e tipo. Já os portadores de Alzheimer em estágios mais avançados muitas vezes são incapazes de descrever claramente a dor para seus cuidadores, médicos e familiares, devido ao declínio da função cerebral proveniente da demência.

Continue esta leitura para saber mais sobre o impacto da dor crônica na doença de Alzheimer e como identificar este sintoma nos pacientes incapazes de comunicar verbalmente sua dor.

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A Dor Crônica na Doença de Alzheimer

Uma dúvida comum entre os prestadores de cuidados para idosos com demência é: a doença de Alzheimer pode causar dor?

As alterações cerebrais que ocorrem na doença de Alzheimer em si não provocam dor nos pacientes. No entanto, os portadores podem ser acometidos pelas mesmas doenças que todas as pessoas saudáveis, e algumas dessas doenças são dolorosas. O que os difere das pessoas saudáveis é a dificuldade em interpretar os sinais dolorosos e comunicar o desconforto de forma clara para terceiros. Isso é mais comum nos estágios avançados do Alzheimer.

Uma pessoa nos estágios iniciais do Alzheimer geralmente tem total capacidade de reconhecer e descrever a dor. No entanto, por ser uma condição degenerativa e progressiva, essa capacidade pode ser comprometida nas fases posteriores da doença.

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Como Identificar a Dor em Pacientes com Alzheimer

Devido à falha de comunicação entre paciente e cuidador, os sintomas dolorosos muitas vezes passam despercebidos; nem sempre é fácil determinar o sofrimento dessas pessoas, que permanecem subdiagnosticadas e sem tratamento. Se os sintomas do Alzheimer já prejudicam severamente a qualidade de vida do indivíduo em todas as esferas, conviver com a dor crônica subtratada pode parecer insuportável.

Felizmente, é possível evitar esta situação: se o paciente com Alzheimer não consegue comunicar sua dor, será necessário mapeá-la de outra forma, através da observação de sinais não-verbais. Determinados comportamentos e sintomas podem indicar que a pessoa está sentindo dor em uma parte específica do corpo, tais como:

  • Mudanças comportamentais e alterações de humor, incluindo apatia, desânimo, agitação, frustração e irritabilidade;
  • Aumento do sono ou dificuldades para dormir;
  • Choro;
  • Gemidos de dor;
  • Expressões verbais ou faciais: quando você tocar partes específicas do idoso, observe suas expressões faciais e verifique se elas demonstram dor. O mesmo vale para movimentos específicos;
  • Gestos que demonstram sofrimento;
  • Aumento da frequência cardíaca, sudorese ou pressão arterial;
  • Redução do apetite;
  • Aumento da confusão mental;
  • Inquietação;
  • Movimentos lentos ou limitados;
  • Resguardo de uma parte do corpo;
  • Relutância em movimentar-se.

Os sintomas descritos podem ser indicativos de dor, mas podem representar apenas desvios naturais do comportamento habitual do paciente. Por isso, diante de um ou mais desses sintomas, é importante manter-se alerta e consultar um neurologista de confiança. A dor deve ser sempre considerada uma causa potencial desses sintomas.

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Alzheimer pode Causar Dor – Diagnóstico

A dor física, quando não devidamente tratada, pode gerar limitações severas para o idoso, sobretudo quando associada a outros diagnósticos, como o de Alzheimer. Além disso, quando os sinais de dor não são identificados, o paciente pode receber um diagnóstico errôneo e tratamentos pouco ou nada efetivos para o seu verdadeiro problema.

Sendo assim, é fundamental dar muita atenção aos sinais que o idoso oferece, sejam eles verbais ou não, claros ou não. Se nos estágios iniciais do Alzheimer o paciente se queixava de sintomas dolorosos e nas fases posteriores as queixas cessaram, provavelmente ele ainda está sentindo dor, mas perdeu gradativamente a capacidade de comunicá-la.

Durante a consulta, o neurologista utilizará instrumentos específicos para mapear a dor e verificar sua intensidade. Quanto mais informações os cuidadores e familiares do paciente fornecerem ao médico, mais rápido e assertivo será o seu diagnóstico. A avaliação adequada da causa subjacente e das características da dor são determinantes no desenvolvimento de um plano terapêutico eficaz.

Tratando a Dor

Diversos fármacos podem ser utilizados para tratar a dor no Alzheimer. Além disso, há uma série de abordagens não medicamentosas disponíveis que podem contribuir com o alívio dos sintomas, podendo ser prescritas isoladamente ou em junção aos medicamentos. Estas incluem massagens, aplicação de compressas, exercícios físicos, alongamentos, fisioterapia, acupuntura e relaxamento.

No caso dos pacientes com Alzheimer que enfrentam a dor crônica (aquela que persiste por mais de seis meses), é fundamental manter um acompanhamento regular com um especialista em dor. O tratamento da dor deve ser regular e contínuo, e não só quando os sintomas se intensificarem. Visitas periódicas ao médico são importantes para garantir os ajustes necessários no plano terapêutico e o bem-estar do idoso.

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Memória / Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável e progressiva. A maioria das vítimas são pessoas idosas. A doença apresenta sintomas como perda de funções executivas e cognitivas (como a memória), causada pela morte de células cerebrais. O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas existentes, retardando a evolução da doença. Os tratamentos indicados são divididos em farmacológicos e os não-farmacológicos.

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