A apneia do sono já é extremamente conhecida, e sabe-se que também é extremamente prevalente. No estudo chamado de Episono foi detectado que a apneia do sono afeta 30% da população paulista, o distúrbio é dividido entre apneia leve, moderada e grave..
Existem diferentes gradações de pessoas que sofrem da apneia de sono, as que possuem apneia de sono leve dificilmente percebem, as pessoas que sofrem a grave também enfrentam grande repercussão, e são elas que se associam ao refluxo. As pessoas que têm apneia do sono, especialmente a moderada ou a grave, tem uma tendência maior a desenvolver refluxo gastroesofágico.
Quanto mais o paciente se encaixar nesses padrões citados a cima, maior será a correlação ou a comorbidade de refluxo gastroesofágico.
Ainda não há estudos para confirmar se as pessoas que nunca tiveram um refluxo gastroesofágico desenvolvem apneia do sono e simultaneamente desenvolvem o refluxo gastroesofágico. Mas percebe-se que quando as pessoas que têm apneia do sono e refluxo gastroesofágico tratam a apneia do sono, o sintomas do refluxo gastroesofágico melhoram. Caso ela tenha apneia do sono moderada ou grave grave, é mais proveitoso tratar o refluxo gastroesofágico simultaneamente ao tratamento da apneia do sono.
A explicação para isso é simples, a apneia do sono é como se a pessoa estivesse prendendo a respiração, ela tenta respirar mas o ar não entra, o nariz e a garganta ficam obstruídos, a pessoa se esforça para recuperar o ar e expandir o tórax, descendo o diafragma que cria uma pressão negativa sobre o tórax. Essa pressão também atinge o esófago, que age como um canudo ligado num ponto cheio de ácido (o estômago).
Essa pressão puxa o conteúdo gástrico pra cima do esófago, especialmente se o conteúdo abdominal for maior, ou seja, se o paciente estiver acima do peso, pois se for esse o caso, o conteúdo abdominal é grande, o que significa que a pressão intra-abdominal já existe pela quantidade de gordura dentro da barriga e essa gordura já aperta o estômago por si só.
A própria apneia do sono modifica a mobilidade (que normalmente é de empurrar para baixo) do tubo digestivo, e quando ela é alterada, o conteúdo pode sofrer paralisia facilitando o retorno do mesmo. Isso acontece por causa da válvula que fica entre o estômago e o esôfago, ela se mantém fechada e impede o refluxo.
Mas a apneia torna essa válvula disfuncional, causando uma abertura que gera uma pressão negativa, que somada a pressão positiva do abdome resulta no movimento de ‘vai e vem’ desse conteúdo abdominal. O refluxo gastroesofágico retroalimenta a apneia do sono, pois a acidez que se encontra na faringe e na laringe aumenta o edema dessa região, facilitando a obstrução. Se todas as noites a apneia do sono gerar ácido que causa irritação na faringe e na laringe, o tecido ficará mais inflamado e demasiado ocasionando o fechamento do mesmo. Ou seja, uma doença retroalimenta a outra.
Se o paciente deseja ficar livre de ambos, o melhor tratamento é feito a partir de bandas que tratam tanto refluxo quanto à apneia do sono, ambos os tratamentos podem ser consultados com um médico do sono.
Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2879818/
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A apneia do sono é uma condição caracterizada por pausas na respiração que duram alguns segundos, e que ocorrem diversas vezes durante o sono. Essa doença classifica-se como Apneia Obstrutiva do Sono ou Apneia Central do Sono. Suas causas e tratamentos podem variar, e o ronco é um importante sintoma. O diagnóstico é feito pela avaliação dos sintomas e do exame de Polissonografia.
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Tags:apneia do sono, Dr Willian Rezende, esofago, gastroesofágico, Neurologia, refluxo, Sono
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