O labirinto é composto por uma estrutura óssea externa que envolve uma delicada rede membranosa que contém os órgãos sensoriais periféricos para o equilíbrio e a audição. O labirinto mantém conexões com o sistema nervoso central (SNC) e o espaço subaracnóideo por meio do conduto auditivo interno e do aqueduto coclear. As relações anatômicas do labirinto, orelha média, mastóide e espaço subaracnóideo são essenciais para o entendimento da fisiopatologia da labirintite.
A labirintite é uma alteração inflamatória do ouvido interno (labirinto – responsável pelo equilíbrio), sendo que o principal sintoma é a tontura. O termo labirintite é comumente usado, porém muitas vezes de forma errônea. Para ser considerada como sendo uma labirintite, deve, como qualquer “ite” (ex: conjuntivite, rinite, sinusite, amigdalite, etc), ter a presença de alguma inflamação.
Clinicamente, essa condição produz distúrbios de equilíbrio e audição em graus variados e pode afetar um ou ambos ouvidos. Bactérias ou vírus podem causar inflamação aguda do labirinto em conjunto com infecções locais ou sistêmicas. Processos autoimunes também podem causar labirintite.
As labirintites virais e bacterianas são suficientemente diferentes para garantir que sejam discutidas como processos de doença separados.
Labirintite por infecções virais podem causar perda auditiva congênita e adquirida. Já a labirintite bacteriana é uma conseqüência potencial de meningite ou otite média e pode ocorrer por invasão bacteriana direta (labirintite supurativa) ou pela passagem de toxinas bacterianas e outros mediadores inflamatórios para o ouvido interno (labirintite serosa).
Um questionamento comum de pacientes é se a labirintite causa dor de cabeça. Quando o labirinto está inflamado causa dor, ou seja, a labirintite não é só a tontura, pois se existe uma inflamação, existe dor no local, porém não é considerada uma dor de cabeça. Ou seja, o labirinto inflamado ou até mesmo as tonturas (vertigem posicional paroxística benigna) não causam dor de cabeça.
É comum dores de cabeça tipicamente por enxaqueca estarem associadas à vertigens e tonturas (30 a 40% dos casos dos pacientes). É uma associação comum (inclusive com relação genética) e isso vem como consequência do processo patológico da enxaqueca e das dores de cabeça, não como causa. Ou seja, muitas pessoas associam o sintoma de tontura ao sintoma de dor de cabeça, principalmente porque em crises de enxaqueca também pode haver episódios de vertigem e tontura.
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Referências
1 – Association between tension-type headache and migraine with sleep bruxism: a systematic review.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25231339
A Cefaleia, conhecida popularmente como dor de cabeça, pode ocorrer de modo isolado, quando apresenta um complexo sintomático agudo (como a enxaqueca), ou provida de doenças em desenvolvimento (como infecções). O diagnóstico é baseado na compreensão da fisiopatologia dessas dores de cabeça, na obtenção de um histórico clínico e na realização de um exame físico e neurológico criterioso, para formular um diagnóstico diferencial.
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