A Academia Americana de Neurologia atualizou suas diretrizes sobre o uso da toxina botulínica para espasticidade, distonia cervical, blefaroespasmo e dor de cabeça causada pela enxaqueca, com base em pesquisas recentes. As diretrizes foram publicadas no Neurology ®, jornal médico da Academia Americana de Neurologia.
As orientações atualizadas abrangem quatro alterações neurológicas:
“As novas diretrizes americanas destacam que a toxina botulínica é segura e eficaz para o tratamento da espasticidade em adultos, distonia cervical, blefaroespasmo e enxaqueca crônica. Uma mudança em relação às orientações anteriores é a recomendação sobre enxaqueca crônica. Em 2008, não havia evidências suficientes disponíveis para fazer qualquer recomendação sobre o uso da toxina botulínica para tratar a enxaqueca crônica. Agora, existem estudos bem desenhados que suportam a eficácia da toxina botulínica para reduzir a frequência das enxaquecas”, afirma o afirma o neurologista, Willian Rezende do Carmo, CRM-SP 160.140.
Toxina botulínica para enxaqueca
O principal tratamento da enxaqueca é o preventivo. É no cérebro que acontece o disparo excessivo dos neurônios do sistema de dor, que com os tratamentos passam a ficar equilibrados. Os tratamentos podem ser medicamentosos ou não medicamentosos. Todos tem a mesma faixa de resposta terapêutica, cerca de 50% de diminuição da dor em 50% das pessoas. As dores de cabeça fortes têm sua intensidade reduzida. Muitos medicamentos podem ser utilizados, neuromoduladores (anticonvulsivantes), antidepressivos, betabloqueadores. Novas opções como a toxina botulínica podem ser utilizadas em alguns casos selecionados.
Em 2011, as autoridades americanas de saúde, a Food and Drug Administration (FDA), aprovaram a aplicação da toxina botulínica no tratamento da enxaqueca grave. No mesmo ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também aprovou o uso da substância para o mesmo fim no Brasil.
Estudos já apontavam a eficiência da substância no combate à enxaqueca, desde 2006, quando um grupo de cientistas de Taiwan revelou que o tratamento com a toxina reduzia a frequência e a intensidade das crises em até 60% dos pacientes testados.
Para a nova utilização, os médicos devem injetar a droga no pescoço ou na cabeça do paciente a cada 12 semanas. As injeções da toxina botulínica poderão ser usadas no tratamento da enxaqueca que se caracteriza por dores de cabeças intensas, normalmente agravadas por fatores externos como luz, esforço físico, ruídos e odores.
“A aplicação da toxina botulínica para o tratamento de dores de cabeça surte efeitos somente em pacientes com enxaqueca crônica. A substância parece não ser relevante no alívio dos sintomas de dores de cabeça menos frequentes ou de cefaleia tensional, o tipo mais comum do problema entre adultos. Essas conclusões foram obtidas após pesquisadores da Faculdade de Medicina de Wisconsin, nos Estados Unidos, analisarem 27 trabalhos sobre o assunto. O estudo foi publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA)”, informa o médico.
A Cefaleia, conhecida popularmente como dor de cabeça, pode ocorrer de modo isolado, quando apresenta um complexo sintomático agudo (como a enxaqueca), ou provida de doenças em desenvolvimento (como infecções). O diagnóstico é baseado na compreensão da fisiopatologia dessas dores de cabeça, na obtenção de um histórico clínico e na realização de um exame físico e neurológico criterioso, para formular um diagnóstico diferencial.
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