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Síndrome do túnel do carpo é fator de risco para enxaqueca

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Dor de Cabeça

Publicado: 24 de julho de 2016 | Atualizado: 15 de dezembro de 2016

Os pacientes com síndrome do túnel do carpo (STC) são duas vezes mais propensos a ter enxaqueca, relata um estudo recente. A associação também funciona na outra direção, pacientes com enxaqueca têm maiores chances de desenvolver a síndrome do túnel do carpo. Os resultados adicionam uma nova peça no debate em curso sobre o uso da cirurgia de descompressão do nervo como um tratamento para a enxaqueca.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de quase 26.000 americanos, que responderam a uma pesquisa nacional de saúde. Entre outras questões, os participantes responderam se tinham sido diagnosticados com a síndrome do túnel do carpo,  durante o ano passado, e se tiveram “dor de cabeça” ou “enxaqueca severa”, durante os últimos três meses.

Pacientes com síndrome do túnel do carpo têm sintomas como dormência nas mãos e fraqueza, resultante da pressão do nervo mediano sobre o punho.

Com base nas respostas, 3,7% dos participantes tinham síndrome do túnel do carpo e 16,3% tinham enxaqueca. A associação entre as duas condições foi analisada com ajuste para fatores de risco relacionados com a saúde do paciente.

Os resultados sugerem que pessoas com enxaqueca são mais propensas a ter a síndrome do túnel do carpo, e vice-versa. A enxaqueca esteve presente em 34% dos inquiridos com STC, em comparação com 16% das pessoas sem STC. Após o ajuste para outros fatores, as chances de ter enxaqueca foram 2,6 vezes maiores para aqueles com STC.

A síndrome do túnel cárpico esteve presente em 8% dos participantes com enxaqueca contra 3% das pessoas sem enxaqueca. Na análise ajustada, as chances de ter STC foram cerca de 2,7 vezes maiores para aqueles com enxaqueca.

As duas condições têm alguns fatores de risco comuns, especialmente sexo feminino, obesidade, diabetes e tabagismo. A síndrome do túnel do carpo foi associada com idade avançada e a enxaqueca em idade mais jovem.

Ambas as condições foram menos comuns em asiáticos e a STC era menos comum em hispânicos. As associações entre STC e enxaqueca eram independentes de todos estes fatores.

Enxaqueca pode indicar risco futuro de STC?

STC e enxaqueca são doenças comuns com elevados custos e que provocam deficiência. As causas que contribuem para ambas as condições são “mal compreendidas”.

A síndrome do túnel do carpo é a doença mais comum de um grupo de condições relacionadas chamadas neuropatias de compressão, com sintomas relacionados com a pressão sobre os nervos.

Historicamente, a enxaqueca não é considerada uma neuropatia de compressão. Recentemente, no entanto, surgiram evidências de que a enxaqueca pode ser desencadeada pela compressão dos nervos da cabeça e do pescoço, com alguns pacientes respondendo à descompressão do nervo pela liberação cirúrgica.

Alguns estudos relataram melhora em dores de cabeça provocadas pela enxaqueca após a cirurgia para aliviar a pressão sobre nervos específicos que eram “pontos-gatilho” de dor. No entanto, este conceito continua a ser “controverso” e “fortemente debatido”.

“O novo estudo é o primeiro a mostrar uma associação entre STC e enxaqueca. A natureza da conexão ainda não está clara – as duas condições podem compartilhar algumas fatores de risco sistêmicos ou neurológicos comuns. Notando que a enxaqueca tende a ocorrer em idades mais jovens e a STC em idades mais avançadas, os autores precisam de mais estudos para determinar se a enxaqueca pode ser um indicador precoce de pacientes que são mais propensos a desenvolver STC no futuro. Se assim for, essa ligação permitiria o diagnóstico precoce e o tratamento, ou mesmo a prevenção da STC por modificação dos fatores de risco”, afirma o  neurologista, Willian Rezende do Carmo, CRM-SP 160.140.

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Dor de Cabeça

A Cefaleia, conhecida popularmente como dor de cabeça, pode ocorrer de modo isolado, quando apresenta um complexo sintomático agudo (como a enxaqueca), ou provida de doenças em desenvolvimento (como infecções). O diagnóstico é baseado na compreensão da fisiopatologia dessas dores de cabeça, na obtenção de um histórico clínico e na realização de um exame físico e neurológico criterioso, para formular um diagnóstico diferencial.

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