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Sal pode aumentar risco de esclerose múltipla

Neurologista - Dr. Willian Rezende do Carmo

Categorias: Conteúdos, Esclerose Múltipla

Publicado: 21 de setembro de 2015 | Atualizado: 18 de fevereiro de 2019

Ingerir muito sal pode contribuir para o aparecimento da esclerose múltipla? Um novo estudo melhora a nossa compreensão do que pode desencadear a esclerose múltipla em algumas pessoas.

O estudo sugere que, embora o consumo elevado de sódio possa ser um fator de risco para a esclerose múltipla (EM), é provável que a doença só se desenvolva em pessoas com um risco genético. Além disso, em certos grupos de risco genético, a ingestão de elevado teor de sódio é mais provável de ser identificado como um gatilho para a doença em mulheres do que em homens.

“A esclerose múltipla é uma doença debilitante em que o sistema imunológico ataca o tecido do nervoso do cérebro, da medula espinal e do nervo óptico. Genética e fatores ambientais são fatores de risco, assim como o gênero: a incidência em mulheres triplicou no último século”, afirma o afirma o neurologista, Willian Rezende do Carmo, CRM-SP 160.140.

Estudos anteriores já haviam sugerido que a ingestão elevada de sódio seria um dos fatores de risco ambientais para a esclerose múltipla, mas ainda não existia um aprofundamento para explicar como isso acontecia.

Agora, o novo estudo da Universidade de Vermont, oferece algumas respostas. O autor, Dimitry N. Krementsov explica: “nossa intenção foi fornecer uma compreensão abrangente de como e porque fatores ambientais interagem em determinadas composições genéticas dos indivíduos e influenciam no aparecimento de doenças autoimunes, como a esclerose múltipla”.

Para seu estudo, a equipe usou três grupos genéticos diferentes de ratos e os alimentou com uma dieta rica em sódio e com uma dieta controlada em sódio. Em seguida, os pesquisadores induziram uma doença chamada encefalomielite autoimune experimental nos ratinhos, o mais próximo da esclerose humana nas pessoas.

Os resultados foram diferentes nos três grupos genéticos. Em um grupo, machos e fêmeas alimentados com uma dieta rica em sódio apresentaram sintomas piores da doença. No segundo grupo genético, apenas as fêmeas com uma dieta com alto teor de sódio mostraram sintomas piores da doença, enquanto no terceiro grupo, a ingestão de elevado teor de sódio não afetou os sintomas da doença.

Sódio x grupos susceptíveis

“Quando os pesquisadores analisaram as mudanças biológicas, concluíram que o fator crítico foi a genética. Eles descobriram que em todos os casos em que houve  ingestão elevada de sódio, os sintomas da doença foram piores, os ratos apresentavam uma barreira hematoencefálica mais fraca, enquanto suas células imunes pareciam não ser alteradas”, diz o neurologista.

A barreira hematoencefálica normalmente protege o sistema nervoso central – o cérebro, medula espinal e o nervo óptico – do ataque das células brancas do sangue presentes no sistema imunológico. “No entanto, as pessoas com esclerose múltipla têm uma barreira hematoencefálica permeável, que permite que as células do sistema imunológico passem para o tecido do sistema nervoso central e ataquem a bainha de mielina”, explica o médico.

Quando a bainha de mielina é destruída, placas se acumulam ao longo da fibra nervosa. Isso resulta nos sintomas clássicos da esclerose múltipla: aumento da dormência, paralisia, perda de visão e dificuldades com equilíbrio e caminhada.

Willian Rezende destaca que precisamos ingerir sódio suficiente para que nossos corpos funcionem, mas não muito para fazer com que as coisas comecem a sair fora dos eixos. “O estudo ajuda a lançar luz sobre o que pode dar errado em indivíduos com genes que os tornam suscetíveis a uma doença autoimune. Ele também nos ajuda a entender o quanto de sódio é adequado para um determinado indivíduo”, observa o médico.

 

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Esclerose Múltipla

A esclerose múltipla é a principal doença imunológica do Sistema Nervoso Central. Ela afeta o cérebro e a medula espinhal por meio de lesões inflamatórias que podem ser leves ou intensas, levando à ruptura da fibra neural, responsável pelo impulso nervoso. Isso implica que a esclerose múltipla é uma doença de caráter inflamatório e neurodegenerativo, uma vez que ela afeta e rompe os neurônios.

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