A estimulação magnética transcraniana (EMT) é uma técnica de tratamento inovadora que utiliza campos magnéticos para influenciar a atividade elétrica do cérebro. Este método não invasivo, desenvolvido pela primeira vez em 1985, é utilizado para tratar uma variedade de condições de saúde mental e outras doenças cerebrais, especialmente quando outras abordagens não são eficazes.
Todos os dias, profissionais da saúde mental estão trabalhando e pesquisando para encontrar novos métodos na luta contra a depressão. A Estimulação Magnética Transcraniana vem se juntar ao arsenal utilizado por esses profissionais nesta batalha.
Neste artigo, vamos falar sobre EMT (ou EMTr), qual o tipo de paciente que pode se beneficiar dela, como funciona, sua duração, entre outras informações relevantes a respeito dessa técnica inovadora e bastante efetiva contra a depressão.
A Estimulação Magnética Transcraniana de Repetição (EMTr) é um tratamento inovador e não invasivo para o tratamento da depressão. Suas principais características:
O principal diferencial da estimulação magnética transcraniana é o uso de pulsos magnéticos que agem no córtex cerebral, especificamente nas áreas afetadas pelos transtornos depressivos e de humor. Esses pulsos agem auxiliando a neuromodulação, ou seja, influenciam as sinapses neurais para torná-las mais eficientes.
Em pacientes com depressão, é comum que haja alterações em alguns neurotransmissores durante as sinapses, especialmente nas áreas relacionadas à regulação emocional. A EMTr, portanto, ajuda justamente nisso: ela é capaz de auxiliar o cérebro a equilibrar o fluxo de neurotransmissores, amenizando, assim, os sintomas da depressão.
A técnica foi desenvolvida em 1985, na Inglaterra, e no ano de 2008, foi aprovada pelo órgão norte-americano de controle de saúde e alimentos (FDA). No Brasil, a EMTr é reconhecida e aprovada pelo Conselho Federal de Medicina desde 2012.
Atualmente, a estimulação magnética transcraniana é indicada principalmente para o tratamento da depressão, especialmente quando o paciente não responde ao tratamento farmacológico, o que acontece em 30% dos casos. Estes casos são conhecidos como depressão refratária. A técnica é eficaz tanto nos casos de depressão unipolar quanto bipolar, como aquela encontrada no transtorno afetivo bipolar, que muitas vezes não pode ser tratada com antidepressivos.
Durante muito tempo, a depressão foi erroneamente considerada uma “doença de gente de cabeça fraca”, além de outras definições preconceituosas. Felizmente, com o aumento do acesso à informação pelas pessoas, essa forma de pensar vem se modificando.
Apesar de todas as críticas feitas à mídia, ela teve um papel importante nessa mudança de forma de pensar da nossa sociedade a respeito dessa condição. Ela conseguiu demonstrar, de várias formas, como ela afeta o dia a dia das pessoas, aumentando o nível de interesse da população pelo problema.
Nos dias atuais, a depressão é considerada um problema de saúde pública pelas autoridades e pela população em geral, aumentando o interesse pelo conhecimento e formas de tratamento. É muito difícil alguma família não ver um membro sofrendo com essa condição e não se sentir tocada pelo problema.
A depressão afeta todas as áreas da vida das pessoas que sofrem seus efeitos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 5,8% da população brasileira sofre de depressão – um total de 11,5 milhões de pessoas.
Em segundo lugar, a EMTr é indicada em caso de alucinações auditivas em pacientes com esquizofrenia.
Ainda não se sabe quais outros transtornos mentais podem ser tratados por este método e, portanto, há diversas equipes de pesquisadores buscando novas aplicações para a técnica.
Fora da psiquiatria, a estimulação magnética transcraniana é usada por fisioterapeutas para tratar dores neuropáticas e nociceptivas, auxiliar na recuperação de acidentes vasculares encefálicos, tratamento de doenças neuromusculares e desordens do movimento, além de amenizar sintomas motores do mal de Parkinson.
A sessão de estimulação magnética transcraniana é indolor e pode durar de 20 minutos a 50 minutos. Em geral, os pacientes precisam realizar sessões diárias no início do tratamento, para então fazer a manutenção, com o espaçamento das sessões. Ao contrário de outros tratamentos, a EMTr não exige anestesia ou internação hospitalar.
Durante a sessão, o paciente fica acordado e relaxado. Em geral, ele se senta em uma cadeira confortável e um dispositivo, semelhante a uma tampa de caneta, é encostado em seu couro cabeludo.
Esse dispositivo emite pulsos magnéticos que atravessam o crânio e alcançam o cérebro. O objetivo é atingir regiões específicas do cérebro que controlam o humor, a motivação e outras funções relacionadas à depressão. O dispositivo emite pulsos em diferentes intensidades, dependendo do que for adequado para cada paciente.
Em geral, a estimulação magnética transcraniana necessita de 20 a 30 sessões para que o paciente sinta uma melhora dos sintomas. Nos primeiros dias, é comum que o paciente precise realizar sessões diárias.
No entanto, de acordo com a resposta ao tratamento, as sessões podem ser espaçadas duas ou três vezes por semana e, eventualmente, uma vez por semana.
Vale lembrar que cada paciente é único e, portanto, o número de sessões pode variar de acordo com a resposta ao tratamento.
De acordo com a literatura científica, a EMTr é um procedimento seguro e eficaz, com poucos efeitos colaterais. Os efeitos colaterais mais comuns incluem:
Os efeitos colaterais são geralmente leves e temporários, desaparecendo logo após a sessão.
Em relação às contraindicações, a EMTr não é indicada para pacientes que possuem:
Portanto, antes de iniciar o tratamento, é fundamental que o paciente passe por uma avaliação médica para verificar se a técnica é adequada para ele.
A estimulação magnética transcraniana é uma técnica promissora e inovadora no tratamento da depressão, especialmente em casos onde os antidepressivos não funcionam adequadamente. Além disso, a técnica é eficaz em outras condições, como alucinações auditivas e dores neuropáticas.
Por ser uma técnica não invasiva, indolor e com poucos efeitos colaterais, a EMTr se mostra uma alternativa interessante para pacientes que buscam um tratamento eficaz e seguro. No entanto, é fundamental que o paciente passe por uma avaliação médica para verificar se a técnica é adequada para o seu caso.
A EMT é uma técnica promissora que traz esperança para indivíduos com condições cerebrais resistentes ao tratamento convencional. Embora não seja um tratamento de primeira linha, sua eficácia e segurança a tornam uma opção valiosa, especialmente para casos graves de depressão e TOC. Pesquisas contínuas podem expandir ainda mais suas aplicações, potencialmente beneficiando um número ainda maior de pacientes no futuro.
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