É muito comum que as pessoas confundam o momento do luto com a depressão. Porém, o luto faz parte do processo de vida devido ao impacto da morte na vida de cada indivíduo.
O primeiro estágio é aquele momento em que não se acredita no falecimento da pessoa. Esse momento traz uma sensação de desordem total e cada pessoa leva um tempo diferente para passar por ele.
Não há nenhuma condição de tempo para os estágios, ou seja, cada pessoa vivência o momento de uma forma diferente. Contudo, o mais importante é respeitar a essência pessoal e a forma de sentir aquela situação.
Um exemplo de como é importante respeitar a relação individual com o luto, é o caso a seguir:
Um homem perdeu sua esposa e após o falecimento, ele carrega consigo uma fotografia em tamanho grande da mulher amada, como forma de representar a presença dela em diversos momentos. Sendo assim, ele coloca a foto no banco do passageiro quando sai de carro e em uma cadeira em sua mesa no restaurante.
Quando questionado sobre o porquê de ter a foto sempre consigo, o homem informa que é uma forma de valorizar o relacionamento que teve com a sua esposa, que foi uma mulher magnifica em sua vida.
O estágio da raiva é configurado por perguntas como:
“porque Deus fez isso comigo?”
“mas ele (a) era uma pessoa tão boa…”
Ou seja, na fase da raiva o indivíduo começa a externalizar a sua dor, o que é bom do ponto de vista psicológico, já que a pessoa começa a lidar com os seus sentimentos.
Esse estágio é configurado por uma troca da dor da morte por uma ação que corresponde a expectativas do falecido. Nesse momento, o indivíduo passa a não sentir raiva e angústia extrema, mas sim uma sensação de presença do falecido em sua vida, devido aos seus comportamentos.
Um exemplo do narrado é o filho que retorna aos seus estudos pois sabe que aquilo deixaria o seu pai falecido orgulhoso. Ou seja, a pessoa passa a agir em sua vida de uma forma que agradaria o ente falecido, para sentir-se mais próximo.
Esse estágio não é configurado pela patologia da depressão, pois o luto não é depressão.
O quarto estágio é o momento em que o indivíduo sente tristeza e percebe que a sua situação não irá mudar. Sendo assim, quanto mais importante for a pessoa falecida maior será o impacto na vida da pessoa.
Um exemplo da fase da depressão é a história de um marido que trabalhava e entregava todo o seu salário para que a esposa gerenciasse as necessidades da família. A esposa pagava as contas, fazia compras para a casa e cuidava dos compromissos dos filhos. Contudo, a mulher adoeceu e veio a óbito de forma muito rápida, cabendo então ao marido assumir as tarefas que ela exercia.
O marido passou a executar as tarefas, porém, com muita dificuldade. Ele pagava contas que já haviam sido pagas, esquecia de pagar outras, tinha dificuldade para lidar com os compromissos dos filhos… Sendo assim, além da dor sentida pela perda da esposa, ele passou a sentir incapaz de realizar sozinho aquilo que ela fazia, o que trás o sentimento de depressão.
O estágio da aceitação é aquele em que o indivíduo consegue prosseguir a sua vida e passa a lidar com a sua dor de uma forma mais natural.
Para amadurecer no processo do luto é importante lidar com a sua dor e respeitá-la, pois cada pessoa lida com a morte de uma forma pessoal e precisa de um tempo diferente para conseguir lidar com a situação.
Desta forma, é preciso compreender que algumas pessoas precisam chorar mais, sentir e viver mais a dor para depois conseguir ressignificar a sua história em relação a perda vivida. Quando o indivíduo consegue ressignificar a sua situação, ele dá um novo significado para a sua vida e consegue segui-la de forma saudável.
Contudo, ressignificar não significa deixar de sofrer pela morte ou deixar de sentir saudade do ente querido, mas sim, uma nova forma de lidar com a sua própria vida após o falecimento.
O momento de procurar ajuda médica é quando fica perceptível que o luto está atrapalhando a vida da pessoa. Pois, o indivíduo já não consegue trabalhar, estudar e executar as tarefas do dia a dia, em decorrência da dor que está sentindo.
Autora: Lara Miranda
Os transtornos emocionais caracterizam-se por disfunções comportamentais e cerebrais, que afetam a saúde psicológica e a qualidade de vida dos pacientes. Distúrbios como depressão, ansiedade, estresse, síndrome do pânico e fobia social estão inclusos nesta categoria. As causas, sintomas, e terapias variam de acordo com a condição. É essencial buscar ajuda especializada para diagnosticar e tratar adequadamente o problema.
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