Muitos americanos relatam dor ocasional ou crônica e, embora esse problema já seja preocupante o suficiente, por si mesmo, a dor pode estar contribuindo para os problemas do sono do país, de acordo com pesquisas recentes.
“A ciência moderna vem demonstrando a importância do sono para a saúde física e mental, um maior esforço está sendo feito para compreender os fatores que influenciam o descanso. Hábitos pessoais e problemas de saúde simultâneos são duas grandes áreas de pesquisa que estão recebendo atenção permanente visando a obtenção de mais conhecimento sobre o papel do sono na manutenção da saúde e na prevenção de doenças”, afirma o neurologista, Willian Rezende do Carmo, CRM-SP 160.140.
Há evidências crescentes de que certos comportamentos como o uso de smartphones, assistir TV até tarde, manter horários estranhos de sono, entregar-se a pensamentos negativos ou não priorizar o horário de dormir pode afetar a forma como descansamos e dormimos.
Outros estudos descobriram ligações entre o sono e condições como o sobrepeso, a obesidade, o estresse, o diabetes, a doença cardíaca e a doença de Alzheimer. Com em muitos problemas de saúde, as causas e os efeitos trabalham nos dois sentidos. Por exemplo, a falta de sono pode contribuir para o ganho de peso, aumentar o risco de diabetes e aumentar o estresse, e, por sua vez, a obesidade, o diabetes e o estresse podem afetar a qualidade do sono.
“A dor é uma importante área a ser estudada, devido à sua alta prevalência. O estudo recente, Sleep in America pool, realizado pela Fundação Nacional do Sono, para a Semana de Consciência do Sono, sugere que 57% dos adultos americanos sentem dor persistente ou ocasional. A pesquisa sugere que a dor tanto prejudica o sono, quanto é amplificada pela falta de sono, o que pode indicar problemas significativos de sono e de saúde para milhões de pessoas”, destaca o médico.
A dor é generalizada
Com base na pesquisa com mais de 1.000 adultos, representativa da população americana, a Fundação Nacional do Sono constatou algumas conexões importantes entre dor e sono. 21% dos participantes da pesquisa relataram dor crônica e 36% relataram dor aguda. A dor crônica refere-se a dor que persiste durante um longo período de tempo, enquanto a dor aguda refere-se a dor repentina tipicamente relacionada com uma circunstância tratável.
Em comparação com outras pesquisas e estatísticas, esses resultados parecem bastante próximos da realidade, se não subestimados. A Academia Americana de Dor estima que 100 milhões de americanos experimentam dor crônica (não incluindo a dor aguda), particularmente, dores nas costas, dores de cabeça e dores no pescoço. Um estudo do Gallup-Healthways estima também que cerca de 31% dos americanos têm dores no pescoço ou nas costas, 26% têm dores nas pernas ou nos joelhos e 18% têm outra dor crônica.
Como a dor influencia a qualidade e a duração do sono
Pense na última vez que você teve uma dor nas costas, rigidez muscular ou mesmo uma dor no pescoço… Você certamente demorou mais para dormir ou acordou menos descansado, não foi? Se você teve essa impressão, não é apenas “coisa da sua cabeça”. Milhões de pessoas acham que a dor afeta a forma como elas dormem.
No gráfico abaixo, você pode ver uma relação entre a qualidade do sono e a intensidade da dor com base nas respostas das pessoas que participaram da pesquisa da Fundação Nacional do Sono. As pessoas que não relataram nenhuma dor eram significativamente mais propensas a relatar boa qualidade de sono durante a semana, enquanto as pessoas com mais dor foram mais propensas a relatar má qualidade do sono.
Boa qualidade de sono Média Qualidade de Sono Má Qualidade do Sono
Sem dor 65% 28% 6%
Dor leve 50% 37% 13%
Dor moderada 38% 46% 16%
Dor severa 22% 30% 48%
O tipo de dor que as pessoas experimentam importa quando se trata do sono. Enquanto 65% das pessoas sem dor relatam boa qualidade de sono, apenas 45% das pessoas com dor aguda e 37% das pessoas com dor crônica relataram um sono bom.
“A dor também parece tornar as pessoas mais sensíveis ao ambiente ao seu redor na hora de dormir. Aqueles com mais dor relataram mais incômodos com fatores ambientais como luz, ruídos exteriores e interiores, temperatura e colchão. As pessoas com dores mais intensas também foram mais propensas a relatar mais perturbações ambientais do sono”, diz Willian Rezende.
Os efeitos do estresse
O estresse é conhecido por causar distúrbios do sono, especialmente quando se trata de desligar a mente e se preparar para cair no sono. Na pesquisa da Fundação Nacional do Sono, 83% das pessoas com estresse severo relataram sono ruim em comparação com 35% das pessoas com estresse leve ou com ausência de estresse.
“Pessoas com dor são muito mais propensas a apresentar estresse. Enquanto 70% das pessoas sem dor relatam estresse leve ou ausência de estresse, 48% das pessoas com dor intensa relataram estresse severo”, conta o neurologista.
Cerca de 23% das pessoas com dor crônica relataram estresse severo, 12% das pessoas com dor aguda e 7% das pessoas sem dor. Pessoas com dor também relataram menos controle de quando e quanto tempo dormiam, além de níveis mais elevados de preocupação sobre as consequências da perda do sono.
“O estresse é um mecanismo complexo, com muitas fontes na vida moderna. Finanças a relacionamentos e até mesmo problemas de saúde podem desempenhar um grande papel nos níveis de estresse. Independentemente da fonte, o aumento do estresse também tem sido apontado como um fator que afeta os sistemas fisiológicos e amplifica a percepção de dor das pessoas, potencialmente piorando o problema”, alerta o médico.
Problemas do sono e efeitos sobre a vida diária
Pesquisas anteriores mostraram ligações entre a privação de sono e as emoções, a motivação, os níveis de atividade, o desempenho cognitivo e a satisfação nos relacionamentos. Muitos destes efeitos foram observados em estudos, mesmo com uma leve perda de sono, que pode ser significativa para aqueles que dormem menos que sete horas.
“No geral, 48% das pessoas que participaram da pesquisa da Fundação Nacional do Sono relataram problemas de sono. Pessoas com dores agudas e crônicas foram mais propensas a dizer que os distúrbios do sono interferem significativamente em suas vidas diárias, alterando humores, relacionamentos e trabalho. Aquelas com dores crônicas ou mais graves avaliam essa interferência como alta, os jovens são mais propensos a notar essas interferências do que os mais velhos”, informa o neurologista Willian Rezende.
Dormir com dor e estresse
Tendo em conta os efeitos significativos e generalizados que a má qualidade do sono e a privação de sono provocam à saúde física e mental, pode ser muito útil estar ciente de que os hábitos e o ambiente podem contribuir para a qualidade do sono.
Gerenciando os sintomas da dor
Minimizando o estresse antes de dormir
Existem algumas técnicas de gerenciamento de estresse que você pode usar durante a noite para ajudar a acalmar a mente. Algumas das que foram consideradas úteis incluem relaxamento muscular progressivo, respiração profunda, visualização e meditação.
Os transtornos emocionais caracterizam-se por disfunções comportamentais e cerebrais, que afetam a saúde psicológica e a qualidade de vida dos pacientes. Distúrbios como depressão, ansiedade, estresse, síndrome do pânico e fobia social estão inclusos nesta categoria. As causas, sintomas, e terapias variam de acordo com a condição. É essencial buscar ajuda especializada para diagnosticar e tratar adequadamente o problema.
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