Os medicamentos antipsicóticos podem aumentar o risco de morte em pessoas com psicose de Parkinson (PDP), de acordo com um novo estudo conduzido por pesquisadores do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências (IoPPN) do Kings College London.
Publicado na JAMDA, o estudo apontou que pessoas com PDP que foram tratadas com antipsicóticos apresentavam quatro vezes mais probabilidade de morrer na sequência de três a seis meses de tratamento do que aquelas que não receberam qualquer medicação antipsicótica.
Elas também eram mais propensas a ter problemas graves de saúde, incluindo declínio cognitivo, agravamento dos sintomas do Parkinson, acidente vascular cerebral, infecções e quedas.
A doença de Parkinson afeta aproximadamente 7-10 milhões de pessoas em todo o mundo e é caracterizada pela perda progressiva da função motora, sintomas psiquiátricos e disfunção cognitiva. A psicose é um grupo comum e angustiante de sintomas psiquiátricos que afeta as pessoas com Parkinson, geralmente manifestando-se como alucinações e delírios.
A PDP afeta mais de 50% das pessoas com Parkinson em algum momento de sua condição e os antipsicóticos são, muitas vezes, utilizados para tratar esta psicose.
“Os antipsicóticos são conhecidos por estarem ligados a danos graves em pessoas com doença de Alzheimer. Os resultados do estudo mostram que um risco similar, embora não idêntico, pode ser visto em pessoas com Parkinson. Médicos, pacientes e familiares devem considerar esses riscos com muito cuidado quando se considera potenciais tratamentos para a psicose e qualquer outro sintoma comportamental em pessoas com doença de Parkinson, tais como agitação ou agressividade. São necessárias mais pesquisas para desenvolver novos e melhores tratamentos para a psicose e outros sintomas comportamentais”, alerta o neurologista, Willian Rezende do Carmo, CRM-SP 160.140.
A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, entre outras funções. Seus sintomas costumam afetar o movimento, e o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, avaliação dos sintomas e alguns exames. O tratamento deve ser individualizado, e comumente exige uma abordagem interdisciplinar.
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