Um novo estudo sugere que os erros em testes de memória e de pensamento podem sinalizar o Alzheimer 18 anos antes de a doença ser diagnosticada. A pesquisa foi publicada on-line no Neurology ®, jornal médico da Academia Americana de Neurologia.
As mudanças no pensamento e na memória que precedem sintomas evidentes da doença de Alzheimer começam décadas antes. Embora no momento não possamos detectar tais mudanças em indivíduos em risco, os pesquisadores foram capazes de observá-las num grupo de indivíduos que eventualmente desenvolveu demência associada à doença de Alzheimer.
Para o estudo, 2.125 pessoas, com idade média de 73 anos, sem doença de Alzheimer, fizeram testes de memória e de habilidades de pensamento a cada três anos, por 18 anos. 23% dos afro-americanos e 17% dos europeus-americanos desenvolveram a doença de Alzheimer durante o estudo. Aqueles que obtiveram as menores pontuações globais nos testes de memória tiveram um risco aumentado de desenvolver a doença. Durante o primeiro ano do estudo, as pessoas com os resultados mais baixos nos testes tinham cerca de 10 vezes mais chances de serem diagnosticadas com a doença de Alzheimer do que as pessoas com escores mais altos.
“O atual conceito geral é que no desenvolvimento da doença de Alzheimer, certas mudanças físicas e biológicas precedem os problemas de memória e de cognição. Se isto é assim, então esses processos subjacentes podem ter uma duração muito longa. Os esforços para prevenir com sucesso a doença podem exigir uma melhor compreensão destes processos já perto da meia-idade”, afirma o neurologista, Willian Rezende do Carmo, CRM-SP 160.140.
Fatores de risco para o Alzheimer
Como o desenvolvimento da doença é um processo lento e o diagnóstico um processo complexo, conhecer os fatores de risco em relação à doença de Alzheimer é muito importante.
A idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento de demência da doença de Alzheimer. Após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos.
“As mulheres parecem ter risco maior para o desenvolvimento da doença, mas talvez isso aconteça pelo fato de elas viverem mais do que os homens. Os familiares de pacientes com Alzheimer têm risco maior de desenvolver essa doença no futuro, comparados com indivíduos sem parentes com Alzheimer. No entanto, isso não quer dizer que a doença seja hereditária”, explica o neurologista.
Embora a doença não seja considerada hereditária, há casos, principalmente quando a doença tem início antes dos 65 anos, em que a herança genética é importante. Esses casos correspondem a 10% dos pacientes com Doença de Alzheimer.
“Pessoas com histórico de complexa atividade intelectual e alta escolaridade tendem a desenvolver os sintomas da doença em um estágio mais avançado da atrofia cerebral, pois é necessária uma maior perda de neurônios para que os sintomas de demência comecem a aparecer. Por isso, uma maneira de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva constante e diversificada ao longo da vida”, destaca Willian Rezende.
Outros fatores importantes referem-se ao estilo de vida. São considerados fatores de risco: hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo. Esses fatores relacionados aos hábitos são considerados modificáveis. Alguns estudos apontam que se eles forem controlados podem retardar o aparecimento da doença.
A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável e progressiva. A maioria das vítimas são pessoas idosas. A doença apresenta sintomas como perda de funções executivas e cognitivas (como a memória), causada pela morte de células cerebrais. O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas existentes, retardando a evolução da doença. Os tratamentos indicados são divididos em farmacológicos e os não-farmacológicos.
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