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Perda de Peso em Pacientes com Parkinson. A Doença de Parkinson (DP) é atualmente considerada uma doença neurodegenerativa sistêmica que se manifesta não apenas com sintomas motores, mas também não motores. Em particular, a perda de peso e a desnutrição, um conjunto de sintomas não motores frequentemente negligenciados, estão negativamente associados à qualidade de vida dos pacientes com DP.
Além disso, a comorbidade de perda de peso e a desnutrição podem impactar na progressão da doença, dando origem a discinesia, declínio cognitivo e hipotensão ortostática, podendo até resultar em incapacidade e mortalidade.
Um estudo conduzido por pesquisadores do Massachusetts General Hospital também encontrou evidências de uma associação entre a perda de peso precoce em pacientes com a Doença de Parkinson e uma progressão mais rápida da doença. Continue a leitura e saiba mais sobre o estudo e suas descobertas.
A Doença de Parkinson (DP) é de fato uma doença sistêmica que se manifesta com sintomas motores cardinais (bradicinesia, tremor de repouso, rigidez e instabilidade postural), bem como, com uma série de sintomas não motores, envolvendo:
Entre esses sintomas, a perda de peso é comumente documentada, mas ainda indefinida. A perda de peso, principalmente devido à perda de gordura ao invés de muscular, parece ocorrer vários anos antes do diagnóstico e tende a continuar durante o processo da doença.
A ocorrência de perda de peso na DP tem sido associada à desnutrição e à problemas subsequentes, como:
Além disso, a perda de peso e a desnutrição complicam o curso da DP, induzindo declínio cognitivo, hipotensão ortostática e discinesia, resultantes da ingestão de uma dosagem cumulativa de levodopa maior por quilograma de peso corporal.
Embora a perda de peso seja comum em pacientes com Parkinson, os resultados do estudo sugerem que a perda de peso no início do curso da doença indica uma forma mais grave do distúrbio neurodegenerativo.
Vários estudos relatam que a perda de peso pode preceder o diagnóstico de DP em anos e está associada à gravidade da doença, bem como à duração, indicando que um índice de massa corporal (IMC) baixo pode estar associado à DP e às patologias relacionadas.
Além disso, os sintomas motores e não motores relacionados à DP também podem influenciar o IMC. Ainda não se sabe se a perda de peso está etiologicamente ligada à DP ou se é uma consequência dos próprios processos da doença. Por enquanto, conforme revelado em outras doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer, a disfunção metabólica também está implicada na DP.
Embora estudos anteriores já tenham descoberto que um maior índice de massa corporal (IMC) está associado à melhora da sobrevida na doença de Huntington e da esclerose lateral amiotrófica (ELA), nenhum estudo havia examinado a relação do peso com a progressão da doença e a sobrevivência na Doença de Parkinson.
Os autores resolveram se debruçar sobre a questão e recolheram dados de mais de 1.700 pacientes que tinham pelo menos cinco anos de diagnóstico.
Conforme os resultados do estudo, 77% dos participantes (1.282) permaneceram com o IMC estável durante o período do estudo; 158 participantes (9%) apresentaram perda de peso e 233 (14%) ganharam peso.
Aqueles que perderam peso durante o período do estudo mostraram um aumento maior do agravamento dos sintomas do Parkinson, tanto em termos de sintomas motores, quanto de sintomas gerais.
Segundo os autores, os pacientes que experimentam a perda de peso precoce parecem ter uma forma mais grave e sistêmica da doença, possivelmente devido ao envolvimento do sistema neuroendócrino ou do sistema nervoso gastrointestinal; enquanto que aqueles que ganharam peso podem ter uma forma mais branda da doença.
Estes resultados demonstram a importância da detecção precoce e do manejo da perda de peso e da desnutrição na DP, o que pode contribuir consideravelmente para o manejo geral e para a terapia desses pacientes.
Referência: JAMA
Artigo Publicado em: 17 de jul de 2016 e Atualizado em: 22 de dezembro de 2020
A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, entre outras funções. Seus sintomas costumam afetar o movimento, e o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, avaliação dos sintomas e alguns exames. O tratamento deve ser individualizado, e comumente exige uma abordagem interdisciplinar.
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Tags:distúrbio neurodegenerativo, forma mais grave e sistêmica do parkinson, Gravidade da Doença de Parkinson, Parkinson, perda de peso em pacientes com parkinson
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